UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLÓGICAS – DCHT
CAMPUS XVI – IRECÊ / BA.
CURSO – LETRAS – SÉTIMO SEMESTRE
DISCIPLINA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO III
DOCENTE FELIPPE SERPA
Ludemberg Pereira Dantas ¹
RELATÓRIO DE REGÊNCIA
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO III
1. INTRODUÇÃO:
A sala de aula no estágio oferece ao estudante de graduação em Letras a
experiência de sua futura vivência de professor, formado com práticas de
leituras, referências teóricas e suas metodologias de ensino.
O
estágio como Regência, é porta de entrada para o aluno vivenciar as
experiências adquiridas durante sua formação. Nesse momento, faz-se necessário
o domínio de uma postura capaz de suprir as necessidades até então conquistadas.
Na certeza de levar o conhecimento para os alunos, o estudante estagiário,
passa com o Estágio Regente, a
promover suas interdisciplinaridades adquiridas. Nesse momento, a presença da
práxis torna-se indispensável, uma vez que se fará jus de seu conteúdo,
colocando-o em exercício. No que afirma Selma Garrido Pimenta, tem-se que:
Também, com frequência, se ouve que o estágio tem de ser
teórico-prático, ou seja, que a teoria é indissociável da prática. Para
desenvolver essa perspectiva, é necessário explicitar os conceitos de prática e
de teoria e como compreendemos a superação da fragmentação entre elas a partir
do conceito de práxis, o que aponto para o desenvolvimento do estágio como uma
atitude investigativa, que envolve a reflexão e a intervenção na vida da
escola, dos professores, dos alunos e da sociedade.
Buscando
promover o Estágio Curricular
Supervisionado III, passo a ter a oportunidade de presenciar experiências
educacionais na Escola Ruy Barbosa de
Irecê, instituição essa que oferece ensino privado de Educação Fundamental
I e II. Toda a iniciativa (observação, coparticipação, regência), parte do
pressuposto de que a Escola resume o seu papel a ensinar. Assim, passo então a
vivenciar essa experiência de professor (estagiário) de Língua Portuguesa,
Literatura e Redação.
2.
A OBSERVAÇÃO
Antes de iniciar o estágio como Regência, fez-se necessário o conhecimento
da escola juntamente com seus respectivos funcionários. A Escola Ruy Barbosa de Irecê é uma instituição particular de
ensino, localizada na Rua Lafaiete Coutinho, 418 – Irecê-Bahia, CNPJ:
03.473.266/001-25, reconhecida pela Portaria nº 2893 – D.O de 15/06/94
oferecendo ensino de qualidade para alunos do ensino fundamental I e II.
De início tive uma conversa com a secretária Zóia Cavalcante de Araújo,
falando da intenção do estágio de regência naquele espaço, onde a mesma, muito
atenciosa e receptiva, me orienta a procurar a diretora Célia Cavalcante
Cerqueira, onde marquei horário para maiores esclarecimentos. Conhecendo a
proposta de estágio, a diretora também me recebe com muita atenção, aceitação e
incentivo. Obedecendo aos critérios regimentais da referida instituição, passo
a vivenciar meu estágio obedecendo às normas padrões já pré-estabelecidas.
Toda escola é regida por determinadas
normas que permitem o funcionamento da coletividade. A disciplina necessária, o
respeito mútuo e as relações de convivência deve ser garantidas por normas que
regulem as atuações de todos os membros.
Assim, passo a ter conhecimento do
espaço, onde se vê um ambiente agradável, arejado, lúdico e interacional. A
diretora me orienta a procurar a Professora
de Língua Portuguesa, Literatura e Redação: Regina Pereira Barreto, para
maiores detalhes do estágio e conhecimento das turmas. Nesse momento, me vejo
já iniciando as atividades pedagógicas, uma vez que a conversa com a docente me
fez refletir da importância em estar diante a sala de aula, uma vez que essa
experiência até o momento para mim era carente, pois nunca tinha até então, me
deparado com a sala de aula na posição de professor (estagiário) regente de
Língua Portuguesa.
Em 18 de setembro, no horário vespertino, inicio as atividades de
observação das aulas. De início, acompanho e observo as aulas da professora em
três turmas, sendo as séries: 6º B, 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental II. A
primeira turma a ser observada foi o 6º ano B, onde a professora me apresenta
para os alunos e fala do porque de minha permanência no local, explicando, com
muita presteza a minha permanência e necessidade de está ali a acompanhando e
fazendo as anotações necessárias durante algumas de suas aulas. Os alunos
então, me recebem com muito entusiasmo e alegria, me sentindo muito bem
acolhido e certo da responsabilidade de agir com profissionalismo.
No 6º ano B, me deparo com uma turma de 33 alunos. A arrumação das
cadeiras obedece ao modelo tradicional, enfileiradas, onde a maioria participa
das aulas. “Desde princípios do século
XX, temos assistido a um debate sobre o grau de participação dos alunos no
processo de aprendizagem”. (ZABALA, 1998, p. 89). A professora passa a
chamar os alunos para visto nas atividades de casa, onde a maioria cumpriu o
seu dever de estudante. Em seguida, dar orientações sobre o Concurso de Poesia com o tema “O Nordeste
que só Rir”, concurso esse com o objetivo de servir de avaliação
interdisciplinar para as matérias de Língua Portuguesa, Geografia, História,
Matemática, Ciências e Artes, trabalhando a poesia e discutindo o tema em foco.
Com isso, destaca-se que:
A interdisciplinaridade é interação entre
duas ou mais disciplinas que pode ir desde a simples comunicação de ideias ate
a integração recíproca dos conceitos fundamentais e da teoria do conhecimento,
da metodologia e dos dados da pesquisa.
Assim, me deparo com uma atenção
especial sobre o evento, que passaria a fazer parte de meu trabalho como
professor (estagiário), uma vez que o mesmo passa a está presente em grande
parte de minha carga horária do estágio, suprindo as três turmas observadas. Os
alunos interagem sobre o tema, dizendo que viu o tema na televisão. Uma das
alunas pergunta para a professora sobre o que “ela quer” com a realização do
concurso. A professora explica a forma sensacionalista que a TV apresenta o
Nordeste, havendo um pequeno debate a respeito dessa imagem estereotipada que o
Sertão brasileiro enfrenta.
Para facilitar o desenvolvimento do aluno
é preciso utilizar o grupo-classe, potencializando o maior número de
intercâmbios em todas as direções. Para isso será imprescindível promover a
participação e a relação entre os professores e os alunos e entre os próprios
alunos, para debater opiniões e ideias sobre o trabalho a ser realizado e sobre
qualquer das atividades que se realizam na escola, escutando-os e respeitando o
direito de intervirem nas discussões e nos debates.
Em seguida, a aula segue com a correção da atividade de casa, onde a
professora usa o quadro negro para esse fim. O assunto corrido foi o uso correto do x e ch, com
explicações objetivas, como por exemplo, na palavra enchimento, onde a professora
chama a atenção da turma e diz que se escreve com ch porque é uma palavra
derivada da palavra cheio, sem deixar os alunos com dúvidas, onde os alunos
participam da aula e a professora domina a aula com muita ludicidade e participação
da turma, apresentado exemplos que trouxeram de casa, seguindo com
questionamentos sobre o uso correto das frases afirmativas e subjetivas, e
complementação da professora.
Encerrando com o 6º ano B, chega o momento de conhecer a turma do 9º ano,
sendo a única turma da escola com a série em questão, composta de 15 alunos,
sendo 5 homens e 10 mulheres. A justificativa da professora para todos sobre
minha presença fez-se com as mesmas palavras da turma anterior, acrescidas de
um relato da importância sobre o vestibular como uma conquista próxima, onde
permanecem disciplinados e focados na discussão. Muito bem recebido por todos,
passo então a perceber a responsabilidade de está à frente de uma turma
composta por alunos jovens. De imediato,
percebo a frase escrita nas camisas “Acredite,
corra atas. A única coisa entre você e seu sonho é o seu medo” (Augusto Cury). Com essa mensagem
motivacional, percebo o perfil da turma, composta por alunos dispostos a
encarar as aulas com muita determinação e objetivos. Permanecendo em silêncio,
a professora passa as médias da terceira unidade, onde treze alunos conseguem
nota acima da média, e somente dois alunos são reprovados e um dos alunos
aprovados questiona a professora sobre o porquê de ela ter lhe atribuído nota
9,9 e não 10,0?! Nesse momento, a professora pede minha colocação e digo que se
não foi o merecido dez foi porque a mesma viu que faltou algo a considerar. “O crescimento pessoal dos alunos implica
como objetivo último serem autônomos para atuar de maneira competente nos
diversos contextos em que haverão de se desenvolver.” (ZABALA, 1998, p.
102). No mais, A aula segue com muita descontração e conhecimento.
Partindo para o 8º ano, existiu
também a explicação da professora sobre o porquê de minha presença, onde todos
também me recebem com entusiasmo. A professora Regina pergunta aos alunos quem
pesquisou as poesias para o concurso. A maioria responde que pesquisou e outros
perguntam como buscar na Internet. Havendo assim a explicação e vendo-se o
interesse da pesquisa. A aula segue com correção da atividade, com autores
poetas e poesias de Mário Quintana e
Carlos Drumonnd de Andrade. Em seguida, a aula continua sobre o uso das
figuras de linguagem, onde muitos alunos participam, fazendo perguntas
objetivas. Em certo momento, predominam-se algumas conversas paralelas e a
mesma pede atenção, voltando ao controle normal de raciocino. Alguns alunos
perguntam os significados de palavras desconhecidas, onde consultam o
dicionário e também algumas abreviações a exemplo da palavra “Enem”, e a
professora esclarece o porquê e a importância da sigla, uma vez que se
aproximava o dia do “Exame”.
Nos demais dias de observação, no
6º ano B foram trabalhados os conteúdos: Oração
e Período, com correção da atividade, onde a maioria participou ativamente,
permanecendo em silêncio, com poucas conversas paralelas, levantando o dedo,
pedindo para falar. A professora houve atentamente as respostas dos alunos,
fazendo as considerações cabíveis sobre separação silábica, explicação das
palavras dissílabas, monossílabas, trissílabas e polissílabas. No desenvolver
da atividade, os alunos questionam sobre as regras das separações de sílabas,
dando exemplos. Professora faz leitura de uma história de sua autoria com o
objetivo de que “antes de querer é preciso conquistar”, estimulando os alunos a
continuarem na concentração da atividade.
Continuando com os alunos do 8º ano, tem-se o registro de uma atividade
sobre Autorretrato, tendo como
tarefa de casa fazer uma caricatura (somente do rosto), onde o aluno pensaria
na imagem que tem de si mesmo, construindo um texto com sua história de vida,
do nascimento até os dias atuais, falando somente coisas marcantes e
importantes, com data de entrega para 26/09/2012. Outros assuntos abordados
foram: Frase e Oração; Locução Verbal;
Conjunção; Oração Principal; Locuções Adverbiais; Uso do Ponto (.) e Uso da
Vírgula (,), aonde um dos alunos pede exemplos e a professora traz as
frases: “Matar não é pecado. / Matar não, é pecado.” Mostrando que ambos mudam
o sentido da frase, apresentando a gramática de Farraco e Moura como riquíssimo apoio para os estudos gramaticais. Foi
distribuído papel A4 com instruções para produção de um soneto que foi
utilizado para treinar a poesia que seria usada para o dia do Concurso.
Participei também dessa atividade, onde no fim saiu o seguinte soneto:
Sou um ser humano assim como você
e milhares de pessoas mundo a fora.
Tenho capacidade de raciocínio,
Vivendo em um mundo também das discórdias.
Moro no Nordeste: lugar maravilhoso
com muita gente inteligente, bonita e educada.
Na Bahia, meu Estado, tem muita alegria:
carnaval, futebol, diversidade e gente animada.
Temos uma humanidade com seus valores variados,
prezo para que sejamos sempre
simples, fies, fortes e educados.
Na busca pela igualdade, nesse Sertão querido,
temos garra, coragem e persistência,
lutando por liberdade e não à violência.
Os alunos se concentraram nas
produções, fazendo perguntas sobre os poetas e as regras do soneto, tendo como
regra: dois quartetos e dois tercetos (com versos breves) e exemplo de poetas: Ariano Suassuna, Jorge Amado e Patativa do
Assaré, muito bem lembrados e admirados pela professora. Na entrega dos
testes, os alunos criam expectativas para saberem suas notas. Grande
movimentação com os resultados. Muito barulho e bagunça. A maioria comemora a
aprovação e uma minoria se entristece pela reprovação. Os colegas procuram
saber a nota do outro. Uns chutam a prova pela nota baixa. Outros comentam
questões. Uns se abraçam, em comemoração a média alta. O teste apresenta o
texto: “Por que ler os clássicos?”, com
questões objetivas de orações coordenadas e subjetivas de interpretação de
textos. A outra avaliação trás o poema
“Motivo” de Cecília Meireles, também com perguntas no mesmo ritmo da
avaliação anterior. Outro texto: “Ciao”,
de Carlos Drumonnd de Andrade, com perguntas objetivas de crônicas e perguntas subjetivas e o
assunto das Orações Adverbiais,
Conjunções, ou Locuções Conjuntivas.
Concluindo a carga horária de observação, o 9º ano permaneceu com os seguintes
conteúdos: discussão do texto “Eu queria
ter e ser”, de Férrez onde por intermédio da professora, um dos alunos me
pergunta o que é mais importante: ter ou ser? E respondo: “- muitos dos homens
acabam se corrompendo pela busca do ter, esquecendo-se de ser uma pessoa mais
humana, onde acabam corrompendo seus princípios, valores morais, ética,
educação, em busca de uma alto promoção; então é melhor ser do que ter...” Com
isso, a aula segue com uma discussão agradável e educativa. Os alunos se
concentram na produção do soneto para participação do concurso de poesia. Um
dos alunos pergunta para a professora a diferença de poema para poesia,
dirigindo a pergunta também para mim, “explicando que não existe muita
diferença, levando em consideração que o poema apresenta versos sem muita rima
e já na poesia, é mais comum predominar versos rítmicos”. Frases do tipo: “Não
é permitido o uso de celular ou qualquer aparelho eletrônico na sala”,
“Mantenha a porta fechada”, “Proibido brincadeiras na sala”, contribuíam para a
existência de aulas mais dinâmicas. Produção de texto avaliativo, com relato
pessoal, onde a turma se concentra e permanece um pouco também de conversas
paralelas. Uma das alunas pergunta a professora sobre o uso dos dois pontos (:), a professora levanta, vai até a aluna e
tira sua dúvida. Encerrado todas as observações, passo então para a prática da
regência.
3.
AS ATIVIDADES NA INSTITUIÇÃO
Dando seguimento ao estágio como
Regência, logo após cumprir toda a carga horária de observação, havendo assim
uma aproximação com os alunos, passo então a me envolver com mais afinidade nas
aulas. De início, participo das aulas com a coparticipação, levando para os alunos interferências dos assuntos
estudados, buscando contribuir no desenvolvimento das aulas, e assim, ganhar
mais desenvoltura com os mesmos.
A primeira experiência, que foi marcada de muita emoção, por ser a minha
primeira aula na posição de professor, aconteceu no 6º ano B, trabalhando o
assunto Sujeito e Predicado. Para
isso, parto então para o meu primeiro planejamento de aula, obedecendo ao um
Plano de Aula, no intuito de “Planejar a
atuação docente de uma maneira suficientemente flexível para permitir a
adaptação às necessidades dos alunos em todo o processo de
ensino/aprendizagem”. (ZABALA, 1998, p. 92). Ministrei, portanto uma aula
satisfatória, com contribuição da professora e dos alunos, que se desenvolveram
com muita afinidade ao assunto estudado. Em seguida, interajo com a professora
na aula de gramática no 9º ano, com o assunto de Concordância do verbo Ser, mostrando dicas para os alunos e
exemplos de como usar o verbo. Já no 8º ano, o assunto estudado foi Orações Subordinadas Substantivas,
havendo assim um início de um estudo que estaria fazendo parte do plano de aula
para as próximas aulas na regência.
Ainda na coparticipação, no 6º ano B, contribuo com a professora na
correção da atividade de Sujeito e Predicado, onde a professora chama os alunos
para dar visto nas atividades feitas nos cadernos; o módulo apresentava
conceitos iniciais de Sintaxe e Morfologia, tendo-se uma aula com muito
proveito e dedicação por parte dos alunos, que já se mostraram interessados no
assunto. No 8º ano, houve a entrega do trabalho sobre Autobiografia, atividade essa solicitada pela professora e entregue
na data prevista: 26/09/2012 e assim, participo escrevendo no quadro os
assuntos iniciais sobre as Orações
Subordinadas Substantivas, encerrando então a carga horária da
coparticipação.
Sabedor da responsabilidade em está frente a uma sala de aula, levado por
muita expectativa e ansiedade, passo então, (junto com a professora, colhendo
os conteúdos a serem desenvolvidos nas aulas de regência), a me dedicar com
mais constância às atividades na
instituição na posição de professor (estagiário) regente. De inicio, recebo
a relação dos primeiros conteúdos a serem trabalhados nas três séries. Assim,
me deparo com a necessidade de preparar as próximas aulas, cada uma nos seus
respectivos Planos de Aulas, procurando oferecer uma postura satisfatória,
tanto para mim, quanto para os alunos que ali se encontravam.
Seis horas aulas inicias, uma semana, foi dedicada ao planejamento de
minha primeira experiência como professor regente. Houve a necessidade de me
programar com o ritmo da professora, obedecendo a seu programa de conteúdos já
iniciados durante o fim da terceira unidade, época em que os alunos
encontravam-se em período de preparação para testes e provas da unidade.
Contudo, as aulas deram seguimento com os conteúdos já iniciados com as aulas
da coparticipação.
No 6º ano B, ente os conteúdos e planos de aulas programados e
desenvolvidos se destacam: Sujeito e
Predicado, com aulas satisfatórias, onde foram trabalhados o núcleo e os
tipos de sujeito, o verbo, o predicado e as atividades complementares; Gênero Narrativo, discutido os
elementos que compõem o texto narrativo, o tipo de narrador e exemplos de
textos narrativos, com atividades para aprofundamento; Interpretação de Texto com os textos: “A incapacidade de ser verdadeiro”, de Carlos Drummond de Andrade, “Cinderela:
Nem sempre a vida é um conto de fadas”. A
lua no cinema, de Paulo Leminski, usando-os como forma de interação na leitura
interpretativa dos alunos. Esse momento de interpretação foi marcado de muita
satisfação, uma vez que os alunos respondiam a minhas perguntas sobre os textos
com uma facilidade admirável, oferecendo atividades tanto de sala como para
casa, com o objetivo de estimular a leitura e aperfeiçoar a interpretação;
grande parte das aulas foram dedicadas as atividades do Concurso de Poesia, onde produziram seus poemas, levantando
discussões sobre o tema apresentado: “O
Nordeste que só rir”.
No 8º ano, houve uma grande apreensão de minha parte em ministrar essa
turma, uma vez que metade da carga horária foi desenvolvida com as Orações subordinadas substantivas, e
sendo elas ricas em classificações, com mínimos detalhes, esses dos quais
confesso que não estava tão familiarizado com o assunto, passando assim a
encarar essas aulas como um desafio, buscando estudar o conteúdo de forma a
ganhar mais confiança e oferecer o máximo de conhecimento possível. No fim, a
professora e os alunos ficaram satisfeitos e eu me percebi também pronto a
encarar novas provocações, percebendo que esse é o papel do professor: se
dedicar o máximo que puder para oferecer aos seus alunos o melhor do que eles
merecem. Percebi grande interesse por parte da turma, onde a maioria participou
das aulas com frequência, usando da interatividade para debater as frases e
demais assuntos que estavam no auge, como Política,
por exemplo.
No 9º ano, turma bem atenciosa, com um número considerado de alunos aptos
a um bom rendimento, com um ambiente silencioso, agradável, tive a oportunidade
de desenvolver uma regência aprazível. Já afirma Antoni Zabala:
Para aprender é indispensável que haja um
clima e um ambiente adequados, constituído por um marco de relações em que
predominem a aceitação, a confiança, o respeito mútuo e a sinceridade. A
aprendizagem é potencializada quando convergem as condições que estimulam o
trabalho e o esforço. É preciso criar um ambiente seguro e ordenado, que
ofereça a todos os alunos a oportunidade de participar, num clima com
multiplicidade de interações que promovam a cooperação e a coesão do grupo.
Fui bem acolhido pelos alunos do
9º ano, ganhando incentivo também da professora e demais professores da escola,
isso por me sentir um pouco apreensivo, por se tratar de minha primeira
experiência em sala de aula na posição de professor regente do Ensino
Fundamental, e serem eles, os alunos da 8ª série, a turma “batendo na porta do
Ensino Médio”. Porém, passo a ter essas aulas também como mais um desafio. De início, trabalhamos o Arcadismo no Brasil, debatendo sua contextualização, sua arte, seus
autores e características, onde assistimos ao vídeo “Arcadismo no Brasil – Literatura: Vestibulando Digital, aula 08”, e
apliquei uma lista de exercícios sobre o tema, com questões de vestibulares, no
intuito de oferecer a oportunidade de conhecerem o tipo de questões elaboradas
pelos Processos Seletivos, discutindo cada questão, o porquê de estarem
corretas e erradas. As aulas sobre o Arcadismo ganhou grande parte da carga
horária, chegando assim a estudar o assunto com o máximo de aprofundamento
possível, discutindo termos essenciais e específicos desse movimento literário,
onde foram feito perguntas com direito a respostas nas aulas seguintes, com
base em pesquisas mais aprofundadas, contanto também, com as ricas
contribuições da professora Regina.
Nas três séries já citadas, todas as aulas foram desenvolvidas com uma
grande troca de experiências dos alunos, sendo que eles mostraram-se com uma
postura admirável de participação, conteúdo e disciplina, havendo também um
pouco das conversas paralelas, da displicência à aula, mas nada que pudesse vir
a prejudicar os seus rendimentos intelectuais, e grande parte das aulas foram
dedicadas às atividades do Concurso de
Poesia, onde produziram seus poemas, levantando discussões sobre o tema
apresentado: “O Nordeste que só rir”.
3.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desenvolver o Estágio como Regência na posição de aluno graduando em
Letras foi para mim um desafio, porém satisfatório. A minha provocação inicial
surgiu quando decidir realizar estágio III em uma escola particular. Até então,
não tinha estado presente em uma escola privada para atuar como professor
(estagiário), isso me fez despertar o interesse em desenvolver um trabalho que
correspondesse às expectativas.
Passando ao conhecimento da escola, seus gestores, funcionários,
professores e alunos, percebi que o Estágio Regência traz para o aluno
graduando a oportunidade em levar para a prática sua necessidade de atuação.
Contar com o apoio dos profissionais da Escola Ruy Barbosa de Irecê,
entre eles a professora Regina, que me mostrou garra, determinação, sabedoria e
amor pela arte de ensinar, a secretária Lourdes, sempre atenciosa, a diretora e
“pró Célia”, que me recebeu e me incentivou, entre outros, foi para mim
gratificante.
Com o presente trabalho disciplinar, vejo a importância do estudante que
decide seus estudos em favor da transmissão do conhecimento. Assim, percebo que
ser professor é uma tarefa brilhante, quando se vê que em meio a toda uma
mudança social, política e econômica, sua lembrança é indispensável, oferecendo
sempre novos caminhos, novos sonhos e perspectivas para seus alunos, esses dos
quais sempre se comportarão com suas especificidades, sendo tarefa do professor
ajuda-los no que for necessário, conforme afirma Antoni:
Dada a diversidade dos alunos, o ensino não pode se
limitar a proporcionar sempre o mesmo tipo de ajuda nem intervir da mesma
maneira em cada um dos meninos e meninas. É preciso diversificar os tipos de
ajuda; fazer perguntas ou apresentar tarefas que requeiram diferentes níveis de
raciocínio e realização; possibilitar, sempre, respostas positivas,
melhorando-as quando inicialmente são mais insatisfatórias; não tratar de forma
diferente os alunos com menos rendimento; estimular constantemente o progresso
pessoal.
Observar, coparticipar, planejar e reger os alunos do 6º B, 8º e 9º Anos
do Ensino Fundamental II da escola citada, foi para mim um crescimento pessoal
e profissional, uma vez que a sala de aula oferece ao professor e aos seus
alunos, novos modos de agir, pensar seus valores, compromissos, opções, desejos
e vontades.
Com carga horária de 45 horas, o Estágio Supervisionado Curricular III,
oferece uma metodologia capaz de amadurecer o aluno graduando, foi isso que
senti, um crescimento, uma vontade de viver a educação na sua seriedade, no seu
reconhecimento.
Os estudos e pesquisas sobre o Estágio
Supervisionado como componente curricular têm se realizado de forma mais
sistemática nos Encontros Nacionais de Didática e Prática de Ensino – ENDIPE –
e em apresentação de pesquisas e trocas de experiências ocorridas nesses
eventos. Tais estudos não são desligados da realidade histórico-social que os
sustenta, mas acompanham a compreensão do Estágio no processo histórico dessa
disciplina no Brasil. É importante observar que a prática sempre esteve
presente na formação do professor.
Concluo e encerro esse relatório na certeza de afirmar que vejo a
educação como peça indispensável para o crescimento moral e intelectual de todo
homem. Assim, me satisfaço do desafio enfrentado, percebendo que sempre terei
que me preparar para está à frente de uma sala de aula, buscando encarar os pontos
negativos, as dificuldades, e também, usufruir do prazer maior que tem todo
professor, que é ensinar.
REFERÊNCIAS
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37º Ed. 15º Reimpr. Rio de Janeiro: Lucena, 2005. P.672. FARACO & MOURA;
Gramática: Faraco e Moura. São Paulo: Ática, 2004;
NICOLA. José de. Português. São Paulo: 2009;
PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e docência / Selma Garrido Pimenta, Maria Socorro Lucena Lima; revisão técnica José Cerchi Fusari. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2009;
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Tradução Ernani F. da F. Rosa – Porto Alegre: Artmed, 1998.
¹ Discente do Curso de Letras, turma 2009.2,
Universidade do Estado da Bahia - Departamento de Ciências Humanas e
Tecnológicas - Campus XVI – Irecê – BA. ludembergpereira@hotmail.com.