“A sociedade do olhar” (Lúcia Helena) e “O narrador pós-moderno” (Silviano Santiago)
Ludemberg Pereira Dantas
A literatura, presente na vida de todo homem, apresenta funções que determinam a continuidade de uma existência significativa das palavras e suas formas. Na contemporaneidade, a literatura brasileira é o reflexo de uma capacidade no fazer pensar.
A escritora Lúcia Helena, em seu texto “A sociedade do olhar”, convida o leitor a se posicionar com a ficção, relacionando um determinado acontecimento com uma possibilidade. A imagem é referência da autora, quando transpõe a ideia de que a linguagem, seja ela visual, sonora, transmitem significações levando a pensamentos e lembranças.
Com sabedoria, o homem passa a “rever” suas possibilidades e experiências, como sujeito. Daí a imaginação entra em jogo, quando até então aquilo representado foi fruto de uma necessidade, talvez imposta pela sociedade, onde o homem participou como um personagem, que viveu seu momento de satisfação ou “engano”, levando-se a se questionar ou a calar-se. Exemplo dessa reflexão está presente na fotografia: ela registra cenas das quais trazem lembranças e até afirmações do que foi vivido no passado.
Silviano Santiago, em seu texto “O narrador pós-moderno” traz conceitos de que a narrativa pós-moderna representa para a literatura uma praticidade do que seja contar uma história. De início, o autor faz uma distinção entre os diferentes tipos de narração, classificando-as em narração clássica, romântica, jornalística, contemporânea. Essa diversidade significa que tanto o escritor como o narrador se permitem a irem além de suas imaginações, a partir do momento que a comunicação é uma arte que faz pensar.
Portanto, a literatura brasileira contemporânea permite que a sociedade e o sujeito atual se percebam como partes de um processo, onde a transformação sempre estará presente em todos os momentos de uma vida, seja na esfera sentimental, racional; um novo conceito sempre existirá e as possibilidades continuarão.
16/12/2011
Um comentário:
O texto tem uma boa introdução, mas trai a proposta inicial, de analisar as consequências e o papel da ficção contemporânea. Nunca é tarde lembrar ao leitor que o autor de hoje não tem nada para ensinar, ainda mais com o advento da internet, onde se aprendem (ou se tem uma "indigestão" de informações) muitas coisas em poucas horas. Nesses termos, caberia ao produtor do texto afirmar que o autor atual conta uma história como mais um dos espectadores. Em termos textuais, é um bom texto, direto e enxuto.
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