quinta-feira, 23 de setembro de 2010

TEMÁTICA: DISCURSOS SENSACIONALISTAS NO TELEJORNAL

TEMÁTICA: DISCURSOS SENSACIONALISTAS NO TELEJORNAL
BRASIL URGENTE.

AUTORES: Adson Moreira de Souza, Fabiane Ferreira Neiva, Ludemberg Pereira Dantas, Maria Claudinei Alecrim de Souza e Mariana Dourado Vasconcelos.

INTRODUÇÃO:

Este trabalho tem como objetivo descrever as etapas e artifícios utilizados pelos enunciadores para a transmissão dos discursos sensacionalistas no telejornal. Desse modo, os estudos se deram a partir de conceitos da disciplina Significado e Contexto, tendo como suporte teórico a Análise do Discurso Francesa no momento que considera o discurso como uma prática da linguística e da comunicação. A construção da análise ideológica e também na produção de texto é colocada em destaque, nos Discursos Sensacionalistas no telejornal Brasil Urgente.

O interesse nasceu a partir do momento em que iniciamos o estudo da Ordem do Discurso, de Foucault: as “sociedades de discurso” têm por função conservar ou produzir discursos. Percebendo como a ordem discursiva é como uma frequência apresentada pelo telejornal acima citado, na sociedade, nos fez compreender a contribuição dos signos discursivo-linguísticos para a questão do sensacionalismo nos programas de mídia de massa, especialmente, os empregados no telejornal Brasil Urgente.

CONTEXTO HISTÓRICO DO TEMA-OBJETO:

Sabe-se que um dos meios de comunicação de massa mais importante é a televisão. Segundo Thompson, as primeiras experiências com transmissões televisivas se deram durante a década de 30, tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos. Seu surgimento data de 1946 depois da Segunda Guerra Mundial pelo canal BBC da Inglaterra. De acordo com o site www.portalsaofrancisco.com.br no Brasil, o responsável pela difusão da televisão foi o jornalista Assis Chateaubriand, também criador do primeiro canal brasileiro, a TV Tupi em 1950.

O primeiro programa sensacionalista que se tem registro foi O Povo na TV, apresentado por Wilton Franco, transmitido pelo SBT em 1982. Nos anos 90 estreou na mesma emissora um programa que tinha como slogan “um jornal vibrante uma arma do povo que mostra na televisão a vida como ela é” o Aqui Agora, que contava com vários apresentadores e jornalistas entre eles Gil Gomes, sendo ele o grande destaque pela maneira como reportava a notícia de forma alarmante, extremamente trágica e cheia de suspense. Por conta do sucesso alcançado, outras emissoras criaram programas com o mesmo modelo, entre eles Brasil Urgente estreado em dezembro de 2001. Para prender a atenção do telespectador foram criados discursos de cunho apelativo com uso de imagens fortes e emotivas que chocam a mente dos telespectadores, daí surge o sensacionalismo: “maneira de divulgar notícias em tom espalhafatoso de modo a causar viva emoção” (HOLANDA, 1988, p. 953). Tendo como exemplo sensacionalista o que acontece nas falas do apresentador José Luís Datena no programa Brasil Urgente transmitido no dia 01/02/2010 “é o fim do mundo, é o dilúvio, Deus me livre, Santa Bárbara, bangalô três vezes” comentários em relação às chuvas na cidade de São Paulo no seu 43° dia.

SUPORTE TEÓRICO-METODOLÓGICO:

De acordo com Thompson (1995), percebemos quanto à televisão apresenta formas discursivas, linguistica e simbólica, quando são transmitidos discursos que têm o intuito de conquistar uma massa de telespectadores. A forma de se fazer um script, produzir, transmitir e olhar um programa de televisão gera o que muito se ver no cotidiano: pessoas cada vez mais influenciadas pela mídia, “escravas”, ao ponto de seguirem seus discursos como modelos de comportamentos. Já em, O Discurso das Mídias, de Patrick Charaudeau compreendemos que para se chegar a um grande número de pessoas, a mídia precisa despertar o interesse delas, tocando-as por meio da afetividade contida na informação. Assim, tanto os profissionais da comunicação quanto estudiosos da linguística entendem a relação entre mídia e sociedade. Uns defendem a informação como ato de comunicação e como discurso, outros como ato de alienação por meio de discursos elaborados. “Quem informa quem? Informar para que? Informar sobre o que? Informar em que circunstâncias. (CHARAUDEAU, 2006, p.72-104).

Dessa maneira, a notícia é o ponto central da mídia e busca sempre relatar, comentar e provocar a partir do acontecimento. Os métodos usados para fazer despertar cada vez mais à atenção do telespectador é que é construído na perspectiva de sensacionalização. Por isso, informação, comunicação, mídias, são as palavras de ordem do discurso da modernidade. As palavras têm grande poder persuasivo. Informação e comunicação são noções que remetem a fenômenos sociais, manipulando os indivíduos que se tornam cada vez mais envolvidos num meio sensacionalista. (CHARAUDEAU, 2006, p. 59)

Portanto, com esse trabalho observamos que a televisão utiliza uma linguagem considerada um discurso sem resposta, ou seja, o discurso é passado ao telespectador sem lhe dar oportunidade de agir como sujeito. Os programas sensacionalistas estão cada vez mais “interferindo” no comportamento de uma grande massa dos telespectadores. Com o intuito de censurar a notícia, tem-se uma sociedade cada vez envolvida em um universo de “faz de conta”, onde esses programas sempre chamam a atenção do público, e com isso, deixando de passar uma seriedade capaz de levantar mudanças significativas para o meio social.

REFERÊNCIAS

THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna. 2ed. Petrópolis: Vozes, 1995;
CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. 1 ed.São Paulo: Contexto, 2006.