terça-feira, 13 de maio de 2014

A Sociedade do Espetáculo (Guy Debord)

QUESTÃO PARA REFLEXÃO:

PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA
COMPONENTE ESTUDOS SÓCIOS ANTROPOLÓGICOS
DOCENTE: KEDMA BARRETO

Quais desigualdades sociais podem ser percebidas no livro A Sociedade do Espetáculo (Guy Debord) numa visão da realidade contemporânea?
Qual a produção de espetáculos nessas relações sociais constituídas no cotidiano atual pode ser percebida em sua leitura que permeiam o universo educacional e que configura um possível conteúdo cultural a exemplo do consumo?


 A sociedade e suas “evoluções” 
Por: Ludemberg Pereira Dantas

            Diante o desenvolvimento socioeconômico cultural presente na contemporaneidade, percebemos no livro A Sociedade do Espetáculo de Guy Debord (1931-1994), a grandeza de uma leitura proporcionando ao seu leitor um novo olhar diante a sociedade e sua existência ao meio.
            Fazendo parte a um universo de diferenças, o homem e suas especificidades a cada instante vivencia dificuldades, essas das quais lhes servem de apoio para a superação e idealização de sua identidade. Em Sociedade do Espetáculo percebemos muitas das desigualdades da realidade contemporâneas, do tipo:
            A indústria moderna: a marca de uma sociedade que constrói e sustenta um mercado financeiro em detrimento de uma garantia estável. É o poder do comércio, da compra e venda de mercadorias, dos serviços em benefícios próprios, da exigência da mão de obra qualificada.
            Uma economia reinante: a imagem de uma sustentabilidade, um desenvolvimento que é tudo, e o fim não é nada, preservando e transformando o espetáculo que não quer chegar a outra coisa senão a si mesmo.
            A separação generalizada do trabalhador: uma oferta em favor do maior crescimento econômico. Homens e mulheres, que dedicam grande parte de suas vidas nas diversas atividades financeiras, servindo de lucro e de necessidade. Todas suas produções os levam a perderem-se e encontrarem-se.
            Um Isolamento: levando o indivíduo a ocultar-se, no momento que se poderia viver em liberdade, em busca e alcance de seus objetivos, permitindo-se fazer parte de um momento em que o processo técnico o isola.
            A alienação: que traduz o que a sociedade é ou poderia ser, caso ousasse a não se permitir trancar-se na doutrina conservadora do tornar-se favorável para os meios desfavoráveis. Infelizmente, alienar-se torna-se um grande mal constante, sendo preciso uma consciência e busca por uma liberdade transformadora, com o controle para o "melhor servir".
            No caráter educacional, o livro A Sociedade do Espetáculo tem uma contribuição extremamente necessária, no memento que o consumo presente em todo o corpo do livro, oferece um crescimento cultural, levando o leitor a perceber que a sociedade é vítima de um espetáculo, no momento que as cortinas se abrem para negar o que poderia ser de direito, justificando o que pode ser considerado e questionado.
Seja com uma economia política que pode e deve dominar; seja o trabalho visto como a única instância de nascimento da mercadoria; a degradação do ser em ter; o dinheiro como domínio e representação central; uma busca generalizada do ter e do parecer, em fim, todo um processo que nos leva sempre a um “espetáculo”. Assim, conclui-se que a leitura do referido livro, vem para se pensar uma nova educação, uma nova construção intelectual e ideológica, da qual seja de fato construída “A Sociedade do Espetáculo”: sociedade essa que valoriza o indivíduo, sua personalidade, sua liberdade, sua maneira de pensar, agir e sentir; naturalmente.