RELATÓRIO DE MINICURSO
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO II
1. INTRODUÇÃO:
Desenvolvendo a pesquisa no Minicurso, nós graduandos do 6º semestre de
Letras, pensamos em trabalhar a linha da Análise do Discurso Francesa, que tem
como referência, teóricos, como Michael Pêcheux e Michael Foucault e suas
“sociedades do discurso”, uma vez que a Prática Pedagógica está em consonância
com a Linguística, e ambas muito têm a contribuir para o desenvolvimento prático-metodológico
através da práxis, tanto do professor quando do aluno.
Na perspectiva de estudar o discurso, tivemos como referência a Análise dos Discursos Televisuais. Para
isso, nos focamos em elaborar um projeto que correspondesse às expectativas desejadas,
com um viés crítico-reflexivo, abordando temáticas em diversos níveis
analíticos, oferecendo uma construção e desconstrução do que venha significar
ideologia, poder, verdade, palavra, texto, na televisão; buscando uma
compreensão do ensino/aprendizado.
“A análise dos valores e princípios de ação que norteiam o trabalho dos
professores pode trazer novas luzes sobre nossa compreensão acerca dos
fundamentos do trabalho docente, seja no sentido de desvendar atitudes e
práticas presentes no dia-a-dia das escolas que historicamente foram ignoradas
pela literatura educacional (e talvez possam trazer contribuições para o
trabalho e a formação de professores)”. (SILVA, 1997, p. 3).
Tivemos como espaço o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social)
de Irecê, localizado no endereço Rua Piritiba I, nº 53, Bairro Fundação
Bradesco, Irecê-Ba, CEP: 44.900-000, especificamente com os alunos do Pró Jovem,
com faixa etária de idades entre 14 e 23 anos. O Cras é uma unidade pública
estatal de cunho educacional, com implantação, organização e consolidação da
Proteção Social Básica de Assistência Social, que abriga crianças e jovens
carentes da cidade.
2.
A OBSERVAÇÃO
Houve uma pesquisa de campo,
apresentando a proposta à diretora da entidade Vanda Abreu e também a
coordenadora Elizângela, seguido de “Carta de Aceite”, em nome da UNEB -
Universidade do Estado da Bahia, assinada pelo professor da disciplina Luiz
Felippe Serpa e o coordenador do curso de Letras Marielson Carvalho, conforme
fomos acolhidos. Passamos então a conhecer o espaço, apresentando o Projeto do
Minicurso, os horários e o público alvo, que antecederam a liberação do espaço
do CRAS, momento este que foi oportuno para dar continuidade ao nosso trabalho.
Com formação em Assistência Social,
a diretora nos recebeu muito bem e, após explanar sobre a semana mais propícia
para o início das atividades, fez questão de conhecer o nosso projeto,
confirmando a importância do mesmo e elogiando-nos pela iniciativa. A diretora
afirmou que os alunos do CRAS trabalhavam muito com dinâmica, especialmente com
dança e jogos, além de participarem de debates sobre assuntos que iam de
encontro às nossas propostas. Com o espaço do CRAS à nossa disposição fizemos
uma sondagem do lugar breve, porém detalhada.
Logo na entrada, há uma recepção. Em
frente dela há uma sala em reformas, onde funcionará o laboratório de
informática. O corredor segue até o fim, abrindo-se para uma grande área de
espera. O escritório da diretora fica no fim do corredor, à esquerda; é pequeno
e simples. Em frente, ficam os banheiros. O prédio é geminado com outras casas,
e a rua não é calçada.
Da área de espera, fomos para as
salas cujo piso é de cimento; o quadro-negro de giz; algumas partes das paredes
estavam descascadas. Cartazes simples alertavam os estudantes sobre o perigo
das drogas. Em seu conjunto, o lugar é simples.
Contudo, o que nos inquietava era saber que estaríamos ali, contribuindo
com a formação da educação daqueles jovens, e para isso, teríamos que nos
prepararmos, na preocupação de oferecer um crescimento intelectual e adquirir
nossas primeiras experiências com a sala de aula, na posição de futuros
docentes.
3.
AS ATIVIDADES NA INSTITUIÇÃO
De acordo o cronograma presente no
Projeto, iniciamos nosso primeiro debate em 13/07/12. Antes de abrirmos a discussão
com o tema: Discursos Sensacionalistas Televisuais,
fizemos uma dinâmica com um barbante para melhor interação com os alunos.
Jogava-se o barbante para um aluno e/ou estagiário-graduando, que se
apresentava, e consequentemente jogando-o para outro aluno e/ou
estagiário-graduando, enquanto o que já estivesse se apresentado, segurava-o no
cordão. Dessa forma, todos foram apresentados, segurando a linha, formamos
inúmeras estrelas triangulares, a exemplo de “uma teia de aranha”, criando assim
um círculo interativo.
Após apresentar o projeto para
os alunos, colocamos o tema do mesmo no quadro-negro, onde fizemos uma breve
introdução sobre a história da Televisão Brasileira, com exibição de vinhetas
antigas e atuais, como também vídeos abordando o sensacionalismo dos discursos
televisuais, citando o primeiro programa sensacionalista da televisão
brasileira, “O povo na TV”.
Abriu-se espaço para debater o tema, porém não teve tamanha participação,
embora os alunos ouvissem atenciosos. Usamos como metodologia pedagógica, o
debate, de maneira que todos pudessem expressar suas opiniões. No entanto,
apesar da atenção, os alunos não intervinham no debate de forma reflexiva, o
que nos levou a pensar que o assunto era novo para eles. Liberando os alunos
para um pequeno intervalo. No retorno dos mesmos, foi exibido o filme “Click”,
sobre o poder de manipulação da tecnologia e sua influência em nossas vidas.
Seguindo com nosso cronograma, com data em 16/07/12 e tema Programas Jornalísticos (imparcialidade),
fomos recepcionados com mais alunos. Em diálogo, nos primeiros momentos
percebemos que eles são carismáticos e comunicativos, transmitindo ânimo, nos
entusiasmando para darmos continuidade ao minicurso.
Foi no clima de alegria e
informalidade que levamos alguns minutos debatendo. Relembramos o que foi
discutido na aula anterior (a forma como os programas usam de um discurso
“apelativo, exagerado, contraditório”, buscando convencer o telespectador de um
sensacionalismo), dando continuidade com o tema do dia. Com problemas técnicos
não foi possível passar nenhum vídeo, mas fizemos o uso de slides para reforçar
as falas. Instigamos os alunos a participarem da discussão, até que sem
exceção, eles prestavam atenção e comentavam sobre o assunto, expressando-se
com clareza, precisão e grande interesse. Foi um debate muito satisfatório.
Em vista disso, percebemos que a prática da dinâmica poderia ser
dispensada para o dia. Não havia dúvida de que eles estavam acostumados a
debates e discussões sobre demais temas variados. Isso era evidente na maneira
como interagiam entre si e com os graduandos. Ao final, ficamos satisfeitos com
a constatação de que estávamos no caminho certo para discutir outras temáticas
com os alunos.
A TV é um aplicativo riquíssimo na produção de sentidos. Desse modo,
surgiu a necessidade de aplicar no minicurso conteúdos relacionados aos Programas de Auditórios. A intenção da
aplicabilidade desse tema foi a de desenvolver a competência dos alunos para
analisar e fazer a leitura crítica dos programas que mantêm uma plateia que acabam
contribuindo direta ou indiretamente no desenvolvimento do programa. Analisando
vários tipos de questões sociais, buscou-se favorecer a interdisciplinaridade,
através de discussões e apresentação em slides, possibilitando que os alunos se
posicionassem criticamente diante dos temas abordados.
Para contemplar o tema da discussão, foram apresentados vídeos com exibição
de vários exemplos de programas de auditório, a exemplo do Programa “Flávio Cavalcanti”
da década de 50 e 60 que entrevistava políticos, e José Aberlado Barbosa, o
“Chacrinha”. E nos exemplos atuais, citamos Rodrigo Faro e Sílvio Santos, com
seus programas interativos e divertidos, como exemplos de apresentadores de grande
aceitabilidade do público. Foi referenciada também a presença maciça na
televisão brasileira de apresentadores como Faustão, Gugu, Hebe Camargo, Raul
Gil, Celso Portiolli, Serginho Groisman, Xuxa, Angélica, Ratinho, Luciano Huck,
Jô Soares, Sérgio Malando, Eliana e Tom Cavalcante, todos eles presentes nos
vídeos, que, devido a problemas técnicos, não foi possível a amostra como o desejado.
No tocante ao tema, a discussão seguiu com menor tempo proposto pela
carga horária, que seria de 04 horas aula, passando então a dedicarmos parte do
tempo para a confecção de cartazes e faixas para uma passeata no centro da
cidade que se intitulou: "Irecê Grita! - Paz e Justiça de Mãos Dadas",
em 20/07/2012, com o objetivo de pedir paz e eximir a violência.
Continuando com os temas abordados, tivemos também a discussão acerca de O pagode contemporâneo e a representação da
mulher. No primeiro momento, foram mostrados recortes de vídeos contendo
músicas relacionadas à temática. A participação foi quase unânime por parte dos
alunos, através de discussões sobre a imagem da mulher, e, consequentemente, as
observações relacionadas às letras das músicas apresentadas, que trouxeram
reflexões acerca das repetições dessas letras, as quais são vazias, na maioria
das vezes, estimulando o ouvinte ao sexo (precoce).
Levamos para os alunos a conscientização a respeito da imagem da mulher,
apresentada como um objeto sexual, uma vez que, nesse tipo de música, “se
carrega o estereótipo de periguete, fácil e ninfomaníaca”. As grandes gravadoras,
muitas vezes não recebem tais tipos musicais, sendo então, a maioria de
produção independente. Essas alertas ganharam a atenção tanto dos alunos e das
alunas, que permanecerão atentos para as reflexões.
Uma ênfase especial foi atribuída à música “Vaza Canhão”, por remeter-se
a um encontro marcado pela Internet, nas redes sociais, com o Orkut, e, no
encontro, o homem se decepciona com a naturalidade da beleza presente na
mulher, contrárias ao padrão de beleza apresentado pela mídia. Ele se utiliza
de um vocabulário chulo, desvalorizando-a, reforçando um estereótipo atribuído à
mulher. Por meio desta apresentação em especial, as discussões aumentaram,
debatemos sobre questões sociais, políticas e econômicas nas quais as mulheres
são inseridas.
Sendo a música baiana, especificamente o pagode, uma questão de grande
discussão e até mesmo polêmica, o conteúdo foi apresentado para os alunos na
intenção de abrir uma reflexão ao tipo de letra presente nas músicas, sua
melodia, sua coreografia, sua repercussão a nível nacional, no objeito maior de
trazer a imagem da mulher, que em muitas das vezes, os grupos baianos as
ofendem, com um tratamento desfavorável, vulgar.
Tratando de uma questão moderna, foi feita a pergunta aos alunos: “Quem
ouve e gosta de pagode baiano?” A resposta da maioria foi que uns ouvem, outros
gostam e outros ouvem e gostam; tanto que, mostraram essa resposta também
quando em todos os encontros chegavam com os celulares tocando pagodes com tipo
de letras e grupos variados. Assim, foi aproveitado o momento para fazer a
análise das letras, um dos objetivos da aula, uma vez que, a televisão não se
exime em levar essa “repercussão desacelerada” para o telespectador.
Nas reflexões, foi apresentado que são letras que aborda a mulher como
objeto sexual; afetando a criança, as pessoas que não têm noção do que é o bem
e o mal; estimulando a pedofilia, a gravidez precoce, o contágio de doenças
venéreas (DST); incentivando a violência, o desrespeito. A conscientização
existiu também, além das discussões, quando foram apresentados fotos e vídeos
com todo um descaso da imagem feminina.
No que se seguem, outros momentos de grandes discussões existiram, com os
temas: Horários políticos obrigatórios e
A imagem do professor na televisão. Aulas com exposições de slides, vídeos,
pequena parte do filme “Escritores da Liberdade”. Teve como debate no primeiro
momento a imagem do professor na televisão, discursão que instigou a todos
participarem. Foi um momento interessante em que todos comentaram sobre a
realidade do professor no Brasil, e como esta profissão sobreviverá em meio a
tanto descaso. Inclusive, houve debate sobre a greve dos professores estaduais
da Bahia, e analisando este processo, percebeu-se que, nenhuma outra greve
demorou tanto como esta, com dados estatísticos de 115 dias de paralisação,
contradição quando se diz: “A educação é base da sociedade”.
Depois da análise da imagem do professor no Brasil, foi feito uma pergunta
prevista: Quem aqui quer ser professor? Todos responderam que não! Alegando que
é uma profissão que exige muito e que não teriam paciência. Foi discutido como
a imagem do professor é representada na televisão e considerando sua
importância, uma vez que estes são dotados de plurisignificações.
No segundo momento foi discutido o horário da propaganda política
gratuita. Este tema foi debatido com bastante ironia por parte dos alunos, pois
em unanimidade eles falaram que não gostam deste horário político, mas
apresentando alguns vídeos com candidatos bizarros, muito engraçados, eles ficaram
atentos para a análise dos discursos políticos, observando o quanto é ridículo
a política no Brasil, e que muitos se interessam por esta, por questões
econômicas e status.
As minorias nas novelas
brasileiras: houve uma preocupação com a metodologia concernente à aula
expositiva. Desse modo, ficou previsto nos mínimos detalhes o que se pretendia
alcançar com a palestra. Mas, entendendo a aula como uma troca recíproca de
conhecimentos, buscamos deixar brechas para intervenções. Nesse ponto, houve a
interação e participação dos alunos. O
tema, por ser polêmico, foi bastante recepcionado, apesar de que eles conversavam
muito entre si, socializando as necessidades sociais, culturais e psicológicas
da adolescência.
Foram apresentados vídeos. O primeiro deles foi o de uma entrevista de Jô
Soares dada por um esteticista explicitamente racial. O som estava baixo, mas
deu a entender que o especialista fazia críticas racistas à moda do negro,
especialmente no que concernia ao cabelo. As constantes intervenções do entrevistador
Jô Soares, por outro lado, estimulava o esteticista a discorrer racialmente
contra os negros, na medida em que comentava o tom racista do ponto de vista
dele.
O segundo vídeo mostrava uma ex-esposa acusando o ex-marido de estar
tendo caso com uma negra - representada como faxineira na novela Malhação. O
papel era declaradamente estereotipado, mas com o desenvolvimento suficiente
para a atriz Isabella Fillardis, que é negra. Na mesma novela, tiramos uma cena
em que uma tia dizia-se racista e que não permitiria o namoro de sua sobrinha
com um negro.
O terceiro vídeo era um apanhado das cenas mais hilárias (e
estereotipadas) do homossexual Crodoaldo, personagem da novela Fina Estampa, de
Aguinaldo Silva.
Ao término, foi perguntado aos alunos se eles sabiam o que queria dizer a
palavra estereótipo. Eles não o sabiam. Perguntamos se havia algo de
desagradável nos vídeos assistidos, e todos falaram que eram vídeos racistas: boa
interpretação para início de conversa.
Foi explicado então o que era estereótipo, quando o fenômeno foi notado
no Brasil, pela primeira vez, e porque os meios de comunicação faziam questão
de estereotipar determinados grupos sociais. Foram rebatidas algumas perguntas
de duplo sentido (é impossível ao professor, hoje, evitar uma intervenção
direta do aluno - o que não deixa de ser didático, desde que o tom não
extrapole o bom senso do permitido). De qualquer forma, pudemos perceber que
havia uma tolerância entre os jovens quanto à diferença e, se um deles
demonstrava o contrário, ele o fazia em tom de brincadeira.
Dando sequência as questões dos programas televisuais, chegou a vez de
falarmos sobre Os realitys shows. Foi
apresentado um pouco da história desses programas que têm como finalidade,
reunir vários tipos de participantes, com diferenças de personalidades, em casas
luxuosas para conviverem durante meses confinados, a fim de vermos divergências
entre os participantes, ganhando assim à atenção do público e no final se fazer
de um, o “vencedor”, que se torna milionário pela preferência dos
telespectadores.
A discussão ganhou espaço, quando são programas muitos aceitos por uma
grande maioria, como os alunos ali presentes, e também os graduandos e
professores do local, que participaram com suas avaliações críticas, a exemplo
também do professor Felippe Serpa, professor da disciplina de Estágio
Supervisionado II, matéria em questão, e orientador do Minicurso, que estava
presente para avaliar o andamento do trabalho.
Foram citados os exemplos mais comuns dos realitys shows brasileiros: Big
Brother Brasil, Casa dos Artistas e A fazenda. O debate seguiu com a definição
do significado “Realis Shows”, que por contribuição de um dos professores do
local, surgiu devido ser o nome de um dos fundadores do programa, que se
chamava “Big Brother”. Foi discutido a repercussão que esses programas têm no
país, a exemplo do BBB, e o porquê de estar indo para a sua 13º edição. Foi
levantado também o poder de manipulação das emissoras com esses programas, que,
com vista ao lucro, não medem esforços para mostrar cenas de cunho apelativo,
com cenas de brigas, namoro, fofocas, inveja, em fim. Assim, foi
despertado que são programas que não têm muito a oferecer a nível intelectual,
e que sendo o telespectador manipulado, acaba abraçando a ideia de popularizar
e manter uma desculturação.
No encerramento, levamos o tema: O
conceito de cultura. Foi socializado no início um pequeno resumo do que
significasse “cultura”: tudo aquilo conquistado de modo artificial e
transmitido à geração futura para a conservação da espécie. Em seguida, apresentamos
a cena de um vídeo que fecha o estágio evolutivo dos hominídeos no filme 2001: “Uma
odisseia no espaço”. Era a cena em que um macaco avança contra outro macaco de
um grupo rival, erguendo uma clavícula de um animal de grande porte. O macaco
mata o rival, tendo consciência de que era um vencedor, soltando grunhidos
altos, batendo no peito, assumindo a liderança do grupo, e num gesto simbólico,
joga o osso para o alto, que, no cosmos, torna-se um satélite.
A partir daí, ministramos o a aula sobre cultura na abordagem
instrumental, com vistas à transmissão de conhecimentos adquiridos para as
gerações futuras. Explicamos que, na cena do osso, havia muitos elementos
culturais, como a invenção das armas, o preconceito (o reconhecimento de um
grupo diferente do que habitava o território) e, naturalmente, a transmissão de
conhecimentos, que chegou até o satélite futuro. A cultura era, portanto, isso:
acumulação de conhecimentos. Hoje em dia, a diversidade a mantém mais unida,
especialmente nos termos que tanto preocupavam os sociólogos do pós-modernismo,
assunto que, por ora, não nos cabia estudar.
Encerramos o minicurso com a dinâmica intitulada “Carta de Despedida”,
pedindo aos alunos que fizéssemos uma avaliação de todos os encontros, com o
objetivo de apresentar pontos positivos e negativos durante todas as aulas.
Todos disseram terem gostando de tudo. Para nós, foi marcante a saída de uma
das alunas durante essa dinâmica de encerramento, onde percebemos que estava
emocionada por termos finalizados. Isso nos gratificou com a certeza de que
vale a pena a dedicação e persistência em oferecer o conhecimento, uma vez que
o papel do professor é de se colocar diante do aluno, para que ele sinta-se
segurança e vontade de aprender. Finalizamos nossas atividades com a música Diversidade,
de Lenine.
Socialização na universidade: Foi
muito gratificante também apresentar nosso trabalho para os colegas que também
estavam reunidos para socializar os momentos vividos durante outros minicursos
com outras temáticas, onde expomos relatos de toda essa experiência
satisfatória. Assim, finalizamos nossas atividades na certeza de que o
professor tem o caráter de informar e essa formação ela é diária e desafiadora.
3.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das fases de desenvolvimento do minicurso percebemos que os
adolescentes disponibilizam de um potencial muito grande para o aprendizado, sendo
atenciosos e questionadores. Isso se deve ao fato de que os temas abordados na
oficina são próximos da realidade e são acompanhados por adolescentes, e isso
facilitou a dinâmica do minicurso, uma vez que, não houve dificuldades de
aceitação. Os alunos interagiram significativamente o que proporcionou a
intensificação da capacidade de abstração para a construção de habilidades
comunicativas.
Com base nos pressupostos definidos, podemos afirmar que os objetivos
foram alcançados, de acordo com as expectativas de cada um de nós. Salientamos,
também, que houve mais pontos positivos do que negativos. Trabalhamos com uma
turma de alunos acostumados a debates e muito interessados em buscar respostas
para suas dúvidas a respeito da educação e da vivência como um todo.
Como trabalhamos os nossos minicursos no ambiente do CRAS, é natural
supor que as turmas de alunos variavam de acordo com o dia. Dessa forma, só a
partir do segundo dia é que recebemos um maior número de alunos. Visto em seu
conjunto, o nosso trabalho foi muito satisfatório.
Percebemos que manter o interesse dos alunos, intervir de forma que as temáticas
progredissem e conquistassem confiança, exigiu de nós, estagiários, uma
dedicação extremosa, percebendo-nos que devemos e podemos trabalhar as aulas
através de reposição de conhecimentos constantes.
Contudo, toda nossa preocupação em levar para os alunos uma Análise dos Programas Televisuais, nos
enriqueceu com a certeza de que houve conscientizações sobre os temas
debatidos. Presenciamos os momentos de inquietudes, badernas, conversas
paralelas, mas no fim, sentimos que nos recepcionaram com a intenção de buscar
ouvir e aprender, uma vez que, dia após dia, o número de presentes crescia na
frequência.
Além das abordagens dos temas apresentados, as atividades foram permeadas
de dinamismo através de brincadeiras lúdicas, vídeos e finalizaram-se com a
confraternização entre os graduandos, funcionários do local e os alunos.
Assim, finalizamos mais uma etapa do ESTÁGIO COMO PESQUISA, trazendo-nos
reflexões a cerca da importância que o professor tem em se dedicar para
oferecer uma educação de qualidade, no momento que o trabalho docente deve ser
seguido com responsabilidade e esperança de um futuro melhor.
REFERÊNCIAS
BIANCO, Bela Feldman. A Antropologia das sociedades
contemporâneas. Organização e introdução São Paulo: Global, 1987. (Global
universitária).
GRIJÓ, Wesley Pereira & Adam
Henrique Freire Sousa. O negro na
telenovela brasileira: a atualidade das Representações. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul & Universidade Federal de Goiás, Brasil.
PERET, Luiz Eduardo N. Do armário à tela global: a
representação social da homossexualidade na telenovela brasileira / Luiz
Eduardo Neves Peret. Rio de Janeiro:
UERJ, 2005.
SILVA, M.H.G.F. Saber docente: Contingências culturais, experenciais,
psico-sociais e formação. In: Anais da 20ª Anped, 1997 (disq.).