domingo, 28 de fevereiro de 2010

O texto na sala de aula (João Wanderley Geraldi)

RESUMO:
Livro: O texto na sala de aula

(João Wanderley Geraldi)

Ludemberg Pereira Dantas


2º Capítulo
Gramática e literatura: desencontros e esperanças,
 Lígia Chiappini de Moraes Leite

A autora inicia-se fazendo uma reflexão sobre o ensino de língua e literatura, afirmando que no seu tempo de estudante literatura brasileira, literatura portuguesa e língua portuguesa pertenciam à disciplina chamada português. Seu estudo era realizado através da escrita, da leitura, da fala, buscando estudar a literatura no seu sentido mais complexo, sendo que, era estudada com o mesmo professor só que em horários diversificados.

Percebe-se que não se segue mais ao método passado. Hoje o estudo da história da literatura no segundo grau explora mais a apresentação de autores e obras exigidas no vestibular. No momento em que, tanto no primeiro e no segundo graus, a presença da gramática se fazem freqüentes, sejam para facilitar a compreensão de pequenos casos, até o enriquecimento dos mais diversos conceitos.

Diante os conceitos de língua e literatura, surge à intenção de entender a possível idéia de estudar ambas separadas. O estudo da expressão e da comunicação facilitaria ou dificultaria a compreensão da língua e da literatura? A resposta mais apropriada vem no sentido de que o estudo da literatura sempre está envolta do uso das palavras, e, portanto, estudar literatura significa também estudar língua. Contudo, a lingüística o estudo da lingüística para a especificação da linguagem oral e da linguagem escrita, cada qual com suas próprias normas.

Partindo do conceito do estudo do português, surge então a curiosidade: por que estudar essa disciplina? Por um lado específico, o uso do português torna-se essencial para o convívio e desenvolvimento na vida cotidiana. É através da leitura e da produção de textos que o professor leva o aluno a assumir uma critica e uma função de sujeito do discurso, seja enquanto falante ou escritor, seja enquanto ouvinte ou leitor.

Não apresentando uma única condição, a literatura sempre apresenta vários significados. O que fundamenta a importância da literatura para a vida de homem é sua necessidade de apreciar textos, exercitar a leitura e a escrita.

O signo lingüístico no sentido de classificar a palavra como fonte de significação, transforma o estudo da literatura incondicionalmente, ou seja, é através de uma palavra e seu significado que outro conceito surge e assim formam-se mais dúvidas, mais afirmações e tudo isso transforma a vivência do homem.


7º Capítulo:
Práticas de sala de aula

O capitulo inicia-se com um pequeno diálogo em sala de aula, onde a professora dona Furquim depara-se com o seu primeiro dia de aula e passa uma tarefa de casa, onde todos devem em todas as aulas, trazer um pequeno texto livre com 10 linhas, não mais que isso, contando algo que aconteceu em casa, ou seja, uma história do dia-a-dia. Com essa atitude, nasce então a idéia de que é bom aprender para a vida.

Usando da prática da leitura, surge então à idéia de levar o aluno à leitura, visando à prática de produção de texto, o professor se encarrega de indicar obras literárias para os alunos, como contos, crônicas, reportagens, lendas, notícias de jornais, editoriais, romances e novelas. Com o objetivo de tornar o ato de ler uma tarefa essencial, rotineira, onde os alunos possam trocar livros.

Considerado a aplicação da proposta nos últimos quatro anos do fundamental, ao final cada aluno terá lido, no mínimo, quarenta romances, o que lhe permite efetivamente realizar estudos de literatura durante o segundo grau, sendo essa, uma prática de como trabalhar com os alunos em sala de aula na indicação da leitura dos livros.
17/02/2010

A inquietação do discurso

RESUMO:
A Inquietação do Discurso

(RE)LER MICHAEL PÊCHEUX HOJE
(Denise Maldidier)
Ludemberg Pereira Dantas

O livro, a Inquietação do Discurso, de Denise Maldidier, apresenta a análise do discurso através do pensamento de Michel Pêcheux. A autora cita ideologia como um sistema cheio de furos. Classifica o discurso como polêmico, lúdico e autoritário. Michel Pêcheux fixa a importância da instalação desse seu “objeto”, o discurso, estando ao mesmo tempo do lado da teoria e da análise do discurso.

O discurso, entre os seus diversos significados, é apresentado como todos os fios constitutivos de um objeto radicalmente novo, constituindo também como uma reformulação da fala saussuriana, desembarcadas de suas implicações subjetivas. Pêcheux faz referência também ao interdiscurso. Em outros termos, o interdiscurso designa o espaço discursivo e ideológico no qual se desdobram as formações discursivas em função de relações de dominação, subordinação, contradição.

Fluente no meio social, o discurso se articula sobre a língua, tendo o texto como parte essencial da análise do discurso, classificando-o, em um sentido, como a reescrita de todos os textos precedentes. Sabe-se que a lingüística é constituída como uma ciência em um constante debate com a questão do sentido, formando assim o discurso.

Como estudioso também do discurso, Michael Foucault, que defende o discurso no seu sentido ideológico e como também um portador de poder, apresentando uma “verdade”, Michel Pêcheux teve sempre o sentimento de trabalhar ao seu lado. Além de Foucault, Pêcheux cita vários outros pensadores, como: Marx, Freud, Saussure, Joseph, que proporcionam uma atenção na forma como a lingüística se move diante ao meio, seja com a escrita, a fala, o discurso.

Portanto, o presente livro apresenta a análise discursiva tendo Michel Pêcheux um pensador da palavra. Suas reflexões sobre a leitura, seu pensamento a respeito do discurso, faz com que Denise Maldidier lança o interesse de se posicionar também com uma “inquietação” que não deixará o discurso calar-se.
Palavras: 300.

A ordem do discruso

RESENHA:
A Ordem do Discurso

(Michel Foucault)

Ludemberg Pereira Dantas

Diante uma sociedade moderna, que sempre vem passando por transformações sociais, culturais e econômicas, vê-se quanto o pensamento, a fala e o raciocínio são fundamentais para a construção de uma opinião. No livro A Ordem do Discurso, Michel Foucault discute a questão de que todo homem, na medida em que se qualifica como um ser racional tem consigo a capacidade de raciocínio e informação, a ponto de que, fazendo uso das palavras, busca expor sua necessidade de comunicação, mostrando-o envolvido nas questões que move o saber, o poder e a verdade.

Na maioria das vezes em que o ser humano se encontra diante do seu pensamento, usa de informações e conhecimentos para afirmar o que “acredita ser verdade”; nesse momento o uso das palavras se faz presentes, para assim, reconhecer que, por um determinado momento, é preciso deixar claras as afirmações vindas de fontes seguras e antigas, formando opiniões que no decorrer do tempo qualifica o ser, o espaço e o tempo. Por isso, todo indivíduo, seja ele com um grau de formação primário, médio ou até mesmo superior, apresenta sempre um discurso.

Levado por uma filosofia de que a sociedade sempre dispõe de um discurso, que tem como política a verdade, seguido de poder, Foucault relata a discurso do louco, que diferente dos normais, vem seguido de preconceito, onde a sociedade o tem como um sujeito demente, considerando que suas palavras não apresentam nem verdade nem importância, impedindo-as de serem ouvidas e espalhadas, ao ponto que, quando as são, a sociedade não percebe a sua verdade. Essa visão do louco remota desde a Idade Média, onde sua palavra não era ouvida, e quando o era, era ouvida como uma palavra verdadeira. E na modernidade, esse conceito permanece, mas acabam eles, os “loucos”, ficando ocultos. É nesse momento que todo homem passa por intermédio do discurso direto ou indireto, a construir o seu caráter.

Um fator importante em destaque é a citação: "vontade de verdade, discurso de verdade". No momento em que cada ser usa de afirmações para referir-se a um determinado assunto, já sabe ele que aquele conhecimento não é seu, é fruto de uma conseqüente transformação vinda de gerações passadas, e que por intermédio da disciplina, do saber, transforma a sociedade. Contudo, antes de qualquer coisa é preciso responsabilidade ao se comunicar, na medida em que uma palavra mal colocada, um conhecimento não concreto, transforma o que deveria ser útil em desagradável.

Com mudanças socioeconômicas, a sociedade se transforma a cada instante. Sejam movimentos históricos, religiosos ou políticos; escritos e estudados pela humanidade há séculos, a história do discurso, deixa certo de que cada homem tem consigo a necessidade de se comunicar, havendo assim opiniões e mais opiniões, pois a partir do momento em que uma informação é dita com palavras vindas de conclusões pessoais, o novo aparece, e é nesse novo que a humanidade está envolvida a cada instante. Seja qual for o discurso, na mais humilde de sua realidade é capaz de fazer parte e ao mesmo tempo contribuir para a sociedade, valorizando assim cada instante e cada ser.

Em conseqüência de muitas afirmações, discursos e mais discursos, o Mundo chega a ser o espaço de contestações. Na maioria das afirmações científicas, dos estudos debatidos, chega-se a afirmar que a verdade pouco existe, a ponto que, a cada momento, estar discutindo que algo é verdadeiro e debater diante algo é afirmar que falta muito ainda o que aprender, ou seja, o verdadeiro sempre tem o seu lado questionador. Como o homem foi, é e sempre será curioso, as perguntas sempre existirão, ao ponto que tudo que se diz novo foi velho e o que é velho nunca acabará.

Considerando que o discurso passa a ser uma verdade em constante transformação, a humanidade vem levando em consideração que a cada momento, todo conhecimento que lhe é atribuído é conseqüência de que para viver é preciso um ideal, é preciso respostas e decisões, para assim, construir idéias, solucionar problemas, aceitar as conseqüências e acreditar na possibilidade sempre de um novo.

Colocar-se diante a tanta movimentação social, cultural, tecnológica e religiosa é estar disposto a uma "vontade de verdade". Vontade de ser um sujeito participativo, de aceitar as conseqüências como possíveis providências, de amparar os problemas para possíveis soluções, de questionar os erros para possíveis acertos, de levantar sonhos para esquecidos objetivos.

Todo indivíduo que passa a escrever de fato o que pensa, é considerado um ser existente de idéias, de argumentos, que tem como objetivo transformar ou até mesmo mostrar sua realidade. Buscando o saber, a disciplina é formada de afirmações verdadeiras e falsas, essas que estão sempre a mercê de discursos, e que assim, classifica a educação como nascente de idéias.

É preciso buscar entender a sociedade, discutindo sempre as questões que move o Estado, para assim poder usufruir de uma Ordem, essa, que venha favorecer a todos, excluindo a corrupção, o preconceito, a miséria, a violência, que amedrontam. Portanto, é na certeza de que o discurso é importante, que cada indivíduo deve participar ativamente na esperança de melhores condições de sobrevivência.

O que é literatura?

RESENHA:

EAGLETON, Terry. O que é Literatura? In: Teoria da Literatura: uma introdução. Tradução Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Ludemberg Pereira Dantas

Tendo as palavras a capacidade de transformação, surge então a curiosidade de entender como e quando elas são desenvolvidas ao ponto de haver uma compreensão literária. Considerando o texto O que é Literatura? de Terry Eagleton, a literatura é inserida como a escrita imaginativa, essa, que a cada instante vem sofrendo observações, que no decorrer de um momento, o que era ficção passa a ser compreendido como realidade, ou não, a depender do seu contexto.

Composta por livros, poesias, autores, escritores, poetas, a literatura vem ganhando espaço na humanidade há séculos, onde cada produção, seja ela um pequeno pensamento até uma grande obra publicada, tem como objetivo levar ao interlocutor uma mensagem, havendo assim uma oportunidade de fazer do homem, um ser pensante.

Diferente da linguagem cotidiana, onde a sociedade faz uso da comunicação para levar e colher o conhecimento, a linguagem literária passa a ir além, tornando-a comprometida em despertar uma aproximação real do que possa ser fato, conseqüência, ficção. Nesse sentido, é preciso uma organização das palavras em mostrar o que para uns encontra-se oculto, para a literatura inicia-se um pensamento.

Citando os formalistas (influentes da crítica literária) na compreensão e no significado da literatura, Eagleton faz referências ao ponto de caracterizar a linguagem literária, mostrando a necessidade de conteúdo e de motivação. O autor faz também uma observação do “estranhamento”, visto com o objetivo sempre de envolver o leitor.

Presente no meio social, o discurso é capaz de transmitir o conhecimento, querer o entendimento e gerar dúvidas. Na visão literária, um discurso tem a capacidade de transformação, ao ponto que ele sempre está em processo de mudança, assim, não é suficiente um discurso e sim vários discursos, esses que venham permanecer e serem questionados sempre.

“Pensar na literatura como os formalistas o fazem é, na realidade, considerar toda a literatura como poesia” (Pg. 9). Buscando um raciocínio, a poesia, em diversos sentidos, faz com que cada verso seja de motivação, dando continuidade ao raciocínio, esse que nunca chegou e nem chegará a um fim, possibilitando sempre a grandeza que é está envolvido em um universo de sabedoria.

Escrever de forma breve, moderada, realista, sem limitações, a depender do contexto é está sendo literário. É com essas características que Terry Eagleton desenvolve a compreensão de literatura. Usa de uma linguagem clara, envolvendo o leitor, despertando um interesse próprio de aprofundamento, pois é quase que inexistente o momento em que o homem não vive a literatura, ao ponto que ele está inserido em uma sociedade que é composta de palavras, essas que sempre traz e leve significados adversos.

Levando o autor a compreender a literatura de forma simples, o texto apresentado faz uma referência à pragmática, como uma característica própria de um texto. Deixando claro que a literatura não tem uma finalidade prática imediatista, o autor considera a linguagem literária como não-pragmática, ou seja, não tem uma função; é nesse momento que a literatura passa a “ganhar mais vida”.

Composta de qualidades, exceto dizer que a literatura faz parte de algo ou alguém. Não é válido privar o que está sempre à disposição de todos, que na sua mais humilde função, transforma o espaço e o tempo, dando sentido ao uso das palavras.

A visão de que só é literatura aquilo que é escrito de forma bonita, para Eagleton não é válido, pois ela se contradiz ao ponto que existem as escritas não “tão belas” num instante em que elas são também consideradas e valorizadas como textos literários.

Umas das características citada nesse texto de grande valia para o entendimento e aprofundamento da linguagem literária são a releitura e a reescritura. Todo escrita na sua prática sofreu e vem sofrendo alterações. Com isso, dá-se a perceber uma necessidade nova de compreensão. Quando o homem passa a tê-la, lendo, interpretando, pré-estabelece a necessidade de uma reescrita, capaz de oferecer sempre inovações, mudanças, essas que julgam sempre o crescimento intelectual e poético.

“Sem interesses particulares não teríamos nenhum conhecimento, porque não veríamos nenhuma utilidade em nos darmos ao trabalho de adquirir tal conhecimento” (Pg. 21). A sociedade que vive em favor de um poder centralizado, que julga o que acredita certo e errado como fontes de sobrevivência, nem sempre se compõe de qualificação propriamente dita. Uma das grandes capacidades que a literatura apresenta no meio social é o despertar pelo conhecimento. Nenhum leitor, por mais prévia que seja sua leitura se propõe a fazê-la por um simples “capricho”, na verdade ele “se joga” com a necessidade mesmo de adquirir um conhecimento, e esse sempre aparece, seja com o significado de uma nova palavra até a rica idéia de dedicar-se aos maiores e numerosos acervos.

O autor faz referência à Ideologia, buscando o entendimento quanto ao que se diz e o que acredita, construindo assim um poder diante a sociedade. No momento moderno, crítico, tem-se também ideologia como um principio caracterizado de uma necessidade imposta pela sociedade. É nessa necessidade que se conquista e prevalece a determinação de cada indivíduo, ele, dono de seus próprios objetivos e os demais capazes de exercer o poder sobre os outros.

Contudo, a grandeza da obra de Eagleton, O que é Literatura, está na capacidade e simplicidade como ele leva o leitor a valorizar a escrita e a leitura, ambas construindo uma linguagem simples e ao mesmo tempo rica de conhecimentos, de mudanças. Nesse livro nenhum leitor vai encontrar uma única definição do que seja de fato literatura, até porque não existe, ele vai ter uma imensa capacidade de compreensão da linguagem literária como um momento de prazer, de cultura, valorização de um significado que amanhece, anoitece e enriquece.