sábado, 6 de agosto de 2011

Professor e Educação

Professor e Educação


Ludemberg Pereira Dantas

Sendo o professor uma peça fundamental para a educação, é visto que seu trabalho no meio social chega a apresentar discursões que o qualifica como um profissional de “várias faces”. Segundo Isabel Alarção, doutra em Educação, o professor precisa ser reflexivo para assim oferecer uma qualidade no ensino.

Em tempos modernos, onde se vive uma globalização mundial, a educação também “se transforma”. Partindo do pressuposto de que a Prática Pedagógica não mais deve se refletir como uma “disciplina de autoridade”,  ainda presente, com professores tradicionais, é levado em consideração que é necessário que o professor seja um sujeito capaz de refletir sobre seus ensinamentos dentro e fora da sala de aula.

Partindo do exemplo da educação brasileira, considerando a escola pública, é notável um “grande índice de deficiências”, isso porque, a imagem de uma desordem existe quando muito se vê que são necessárias mudanças a favor de mais qualidade no ensino e na aprendizagem.

É nesse momento que o professor reflexivo deve usar sua formação e seu senso crítico para oferecer e vivenciar novas perspectivas educacionais, preparando o aluno para uma vida presente de caráter e uma vida futura de sonhos e objetivos.

Documentário Vidas em Português

Disciplina: Diversidade Linguística
Docente: Márcia Regina M. Santos
 DOCUMENTÁRIO


Vidas em Português. Direção: Victor Lopes. Países: 2004: Brasil, Portugal. Duração: 105 minutos. Gênero: Documentário. Participações: Mia Couto, José Saramago, Martinho da Vila, João Ubaldo Ribeiro.

Discentes: Josafá Alecrim de Almeida
Ludemberg Pereira Dantas

É um documentário belíssimo! A princípio, cita várias frases soltas sobre a Língua Portuguesa e elas vão sendo ditas em ritmo acelerado, a ponto de confundir o telespectador, portanto uma das frases chama a atenção: “falamos a mesma língua, mas ela não é falada da mesma maneira,” dessa forma”, Vidas em Português” é direcionada para todo público independente de idade e principalmente para aqueles que estudam letras ou se interessam em entender melhor o processo histórico da língua portuguesa, pois existe um certo preconceito com as variações lingüísticas, e este documentário de forma simples, dialogando com estudantes, músicos, ambulantes, pessoas de diferentes países (Portugal, Brasil, Moçambique, Goa-índia) e com escritores, entres eles Mia Couto e José Saramago, vêem trazer uma consciência concreta a partir de seus estudos e experiências sobre a língua portuguesa.

E ainda referente à mesma Mia Couto, de forma pertinente, comenta: “Que tornam o português hoje realmente uma língua que aceita muito, que é capaz de introduzir tonalidades, variações que enriquecem muito a língua portuguesa, não só no ponto de vista lingüística, mas o quanto ela pode traduzir cultura.” Ele trás uma questão que muitas vezes se esquecem e que não se pode separar e sempre respeitar, que é a questão, da variação lingüística inerente a cultura ou a sua forma de traduzi-la, pois o comentário dele é importantíssimo para a alteridade, ou seja, respeitar o outro e seu modo de falar, sua cultura.

Sabendo da grande variedade linguística já apresentada na Língua Portuguesa, é comum identificar as pessoas pela forma como elas se pronunciam. No presente documentário, é muito rica a passagem em que mostra Duas Barras, estado do Rio de Janeiro, onde nasceu Martinho da Vila, cantor e compositor. É marcado seu depoimento quando comenta que passou a morar no Rio de Janeiro, ainda pequenininho, e fala de sua conquista à fama, onde depois de um tempo, volta a sua casa de origem, comprando-a e tendo como mais uma opção de moradia, morando em vários lugares do Brasil, morando no mundo. Com todo esse percurso, se percebe a cultura de um lugar para outro possibilitando várias experiências com o social.

“O que faz a memória é a palavra, a conversa familiar, a conversa que passa de boca a boca” (Martinho da Vila). Essa citação do artista se centra na ideia de que todo homem, na sua formação social, econômica, é fruto de uma conquista de conhecimento cultural, com a sua convivência diária. Assim, é aconselhável assistir a esse depoimento, crianças, jovens, adultos, professores, estudantes, em fim, todos que vivem uma rotina de afeto, de companheirismo entre os próximos, como também as demais pessoas desconhecidas, para se quebrar um preconceito que muito existe, e que ainda não considera a cultura de cada local, e perceber que todos sofrem variedades dialetais, prontos para formar sempre novos conceitos humanos de linguagem.

Parte do documentário mostra Moçambique, cidade de Bukisso onde a educação é levada a crianças, usando a forma da repetição de perguntas e respostas, para assim haver uma noção de discernimento entre os pequenos, e também, possibilitar-lhes futuras variedades entre o estudo da variação e da mudança na perspectiva sociolinguística, pois, segundo Piaget, a criança tem sua formação desenvolvida em fazes, e esses momentos são fundamentais para a formação de sua identidade. Guerras entre irmãos moçambicanos, como muitas outras já presentes no país, também é destacado no documentário, levando em consideração o discurso de um de seus participantes, que afirma ter lutado, ter entrado nas guerras e já não mais quer falar disso, e sim viver livre. E assim deveria ser o “objetivo” de todo homem, que não mais tendo que obedecer a padrões tão rigorosos, como antigamente, a exemplo do Movimento Ditatorial, onde hoje é “dono” de uma liberdade de expressão, passando assim ter nos seus ideais a busca pela qualidade de vida.

Da citação à obra Os Lusíadas, pelo músico Pedro Ayres Magalhães, com o cenário da “Cidade Maravilhosa” (Rio de Janeiro) e suas belas praias, tem-se a fala da cantora portuguesa, Tereza Salgueiro, que, falando da relação Brasil e Portugal, diz: “apesar de uma grande identificação existe uma diferença entre a cultura de um país para outro, mas, isso não os implica de ter uma mesma língua, porém fala de maneiras diferentes, onde se ver um reconhecimento dos portugueses nos povos brasileiros e vice-versa”. Nota-se nessa passagem, a grande oportunidade que se tem com um elevado nível de cultura vivendo em países distintos, porém com costumes e padrões de vidas favoráveis a todos.

João Ubaldo Ribeiro, escritor, tem como participação no presente documentário o relato de sua rotina aos sábados pela manhã, que sai ao encontro de seus amigos, com local e hora marcados em botecos, para assim trocarem conversas, com assuntos como política, nacionalidade, ou seja, grandes usuários da língua, afirmando “ter contato com o mundo através de contato com os povos dali mesmo”. Essa compreensão torna-se indiscutível para qualquer cidadão, homem, mulher, perceber, através da leitura desse documentário, que não é preciso viver em vários lugares para poder adquirir conhecimento dos fatos, e sim, apenas através do diálogo, do conhecimento de mundo, pode-se fazer “uma viagem” aos lugares não visitados, conhecendo assim suas crenças, seus valores, simplesmente com leituras e troca de conhecimentos.

A música, sendo ela no seu grau de relevância para todo tipo de público, acaba que sendo uma forma de linguagem, dando a oportunidade de trazer mudanças significativas para o convívio social de pessoas até mesmo antes “desprotegidas e desacreditadas” de uma vivência melhor. Como exemplo ao rap, o documentário serve também para todos que vêm na música um momento de imaginação, de leitura ao seu superego, na possibilidade de renascerem para uma nova jornada com mudanças de novas histórias de vidas.

Religião, também apresentada, abre discussões de que não se deve haver distinção de igrejas e sim união. Assim, é importante também esse vídeo, a todos aqueles fiéis, irmãos e irmãs que “ainda vivem alienados” em favor de doutrinas e crenças religiosas.

A forma americanizada que o Brasil vive, garante ver novas possibilidades de uma junção de valores entre os Estados Unidos da América (grande potência mundial), para com o Brasil, (país considerado como subdesenvolvido). Isso possibilita mudanças até na forma de falar. Mas, “se as línguas não mudassem, estávamos falando latim até hoje”. Essas influências servem também para a Índia, China, Japão, África, Portugal, em fim, o mundo. São variações lingüísticas que sempre serão transformadas, pois o povo, a sociedade, a cultura é mutável e estará sempre em transformação. Novas gerações surgem e com elas uma linguagem nova.