sábado, 7 de agosto de 2010

Impressões de Leitura:

Impressões de Leitura


Triste Fim de Policarpo Quaresma
(Lima Barreto)

Josafá Alecrim de Almeida
Ludemberg Pereira Dantas

A obra Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, leva o leitor a envolver-se nas questões socioeconômicas do Brasil. Primeiro Romance pré-modernista brasileiro, tendo Lima Barreto como um dos principais representantes desse movimento. Passou a ser distribuída inicialmente em folhetins, no período de Agosto e Outubro de 1911, pelo Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, publicada em livro no ano de 1915.

Tendo como foco o nacionalismo, o romance surge com a intenção de dessacralizar o momento político da época em que o Brasil enfrenta com o governo de Floriano Peixoto: a consolidação da República. Policarpo Quaresma, personagem principal criado pelo escritor Lima Barreto nasce como um patriota assíduo do Brasil. Homem culto e sábio, porém sem nenhuma formação acadêmica. Canta o Brasil, suas terras, buscando algo contraditório: resolver os problemas da nação.

Uma figura enigmática, com paródia à Dom Quixote: “um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão por muita leitura de romances de cavalaria pretendendo imitar seus heróis preferidos”. Personagens que vivem em um mundo fora de suas espectativas. Ideários que não vão encontrar.

Tudo que Policarpo tenta fazer dá errado. Sonha por uma nacionlaidade que prime pelas suas tradições, buscando soluções políticas, econômicas e socias. Acreditava, (propondo) que todos deveriam falar Tupi, valorizando assim a permancência dos primeiros habitantes do Brasil: os indígenas, descontruindo a idéia de que o Brasil não tem que se impor à Lingua Portuguesa. Passa a ser ridicularizado e considerado como louco. É levado ao manicômio, porém lúcido. Permanece acreditando num Brasil ideal.

A imagem de um homem que busca na leitura o preenchimento de sua existência. Assim, Lima Barreto dar vida a Policarpo, que passa grande parte de seu tempo enfiado nos livros, dono de uma imensa biblioteca, onde a sociedade o critica dizendo que não o deveria possuir livros. Outra crítica ao persongaem bastante presente, quando decide através de seu companheiro, amigo, o seresteiro Ricardo Coração do Outros, aprender a tocar violão, instrumento considerado popular, mal visto pela sociedade burguesa. Nessa humilde aceitação à música, Policarpo passa a ter nas cordas violinas a sintonia da linguagem musical.

Diante de sua luta em querer implantar no Brasil uma única língua: Tupi-guarani, excluindo a existente sem levar em consideração todo um passado de dominação, ou seja de querer destruir o que já existe, o que já está implantado, Policarpo Quaresma é tido como doido, louco. Ao sair do manicômio desiludido pela não realização de sua utopia, por sugestão de sua afilhada Olga, Quaresma compra e passa a morar num sítio para levantar seu ânimo, onde em seu discurso é muito presente a fala dos portugueses: “terra que se plantando tudo dar” ou com suas próprias palavras “a nossa terra tem os terrenos mais férteis do mundo”.

Uma sacralização de Pero Vaz de Caminha, que constrói um Brasil apto a produzir em favor das terras brasileiras e uma dessacralização de Policarpo, que desconstrói a idéia da perfeição, quando não encontra resultados satisfatórios, que tanto almejava.

Todo patriotismo de Policarpo foi em vão, pois seu fim foi trágico, tentou implantar o Tupi e encontrou o riso, a ironia, a não aceitação. Estudou tudo que falava sobre as terras brasileiras, tendo um acervo completo de informações nacionais, a exemplos de Gandavo, Rocha Pita, Frei Vicente do Salvador, grandes escritores com informações nacionais. Tentou a agricultura e nada conseguiu a não ser a decepção. Em meio a uma sociedade sem idealização, o sonho de Policarpo era fantasia, um mito, assim percebe-se que é impossível conseguir atingir uma origem pura, livre das marcas estrangeiras e do passado.

O grande patriotra permanece na sua busca por um país de valores. Um homem que preza pela melhor qualidade da nação, amigo do presidente da república, tenta proporcionar reformas durante a Revolta da Armada, período em que o o Brasil encontrava-se no governo de Floriano Peixoto.

Um major de sangue, porém nunca de ofício. Como um “lutador” assíduo da nação, o grande Policarpo passa então a fazer parte ao batalhão do Cruzeiro do Sul, o qual segue para as praias do Rio de Janeiro e percebe que não é bem sucedido, quando ver que suas propostas não eram levadas a sério, caracterizado como dono de idéias irrealizáveis, pelo tão Marechal Floriano Peixoto, chegando também a desanimar-se por matar um dos revoltosos.

Uma seguência de barbáries leva o homem que sempre buscou a melhoria para seu país, deixando de lado sua vida, seus amores, seus estudos, para perceber ao fim que tudo se passava de uma ilusão, uma fantasia, como mero reconhecimento: o seu fracasso. Um fim trágico, quando Policarpo Quaresma chega a ser preso, condenado ao fuzilamento, em ordens de seu então magoritário, orgulho e ídolo: o preseidente Floriano Peixoto.

A identidade nacional que até então Quaresma almejava, deixa explícito que o país de um paraíso terrestre é desmascarado. Uma história não contribuida em nada. Uma literatura brasileira do século XX, presencia em Triste Fim de Policarpo Quaresma uma nacionalidade que nasce apenas do desejo ficcional. Grande marco da desscacrlização na literatura brasileira, dentro do nacionlismo. Uma afirmativa ilusória.

Portanto, o ideário almejado por Quaresma, ao invés de irnonia, gargalhadas, deve prevalecer na mente, nas ações do povo brasileiro a valorização de uma gente rica em culturas e valores. Um Brasil que tem muito o que se conquistar, de negros e de crianças que passam fome. Uma identidade sem exclusão. Um povo capaz de vivenciar não um país único e verdadeiro, mas uma nação de brasileiros.

A dupla.

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