segunda-feira, 2 de abril de 2012

Continente Africano e Brasil


Continente Africano e Brasil


Dagiza Marques
Luciana Oliveira
Ludemberg Dantas


Sabemos o quanto que a existência do continente africano foi e é fundamental para a vida em desenvolvimento do homem brasileiro. A partir daí, surge à necessidade e importância de estudar o continente africano, levando em consideração suas afirmativas e fontes diversificadas. O continente é extenso, com milhões de anos em formação, na distribuição de povos, línguas e culturas. O desconhecimento, a falta de informação, cria a ideia de uma “só África”, onde se vê que essa África é fruto de um desenvolvimento considerado para a implantação de uma história mundial. Assim, com uma diversidade de povos, nascem probabilidades de conflitos, situações, tendo a África como o berço da humanidade, sendo então, de fundamental importância o seu estudo para assim desmistificar visões estereotipadas acerca de sua existência.
O Oceano Atlântico é ao mesmo tempo, o oceano que separa o continente africano do Brasil porque divide em escala de localização a África das Américas e se aproximam porque se unem nos interesses comerciais. Essa aproximação se deu devido à comercialização dos povos negros, índios, portugueses, que no período colonial, tinham uma economia voltada para a exploração do trabalho escravo. Um mar que durante séculos foi espaço de transporte e comércio, onde o homem era comercializado, favorecendo os interesses coloniais.
Geralmente, é criado um olhar preconceituoso da “imagem” da África, onde muito se vê na mídia cenas de fome, pobreza, escravidão, torturas, guerras, miséria.  Essas informações geralmente se dão a partir do olhar do outro, sendo que na maioria das vezes as informações são contraditórias. Numa perspectiva de mudanças significativas para a história do povo brasileiro e para registro mundial, tem-se que a primeira aparição do home sapiens se deu na África, como também muitos dos conhecimentos científicos foram dominados pelos africanos, só que não foram escritos. O Deserto do Saara, localizado na África é hoje o maior do mundo, com as terras mais férteis.
Os africanos escravos, sendo eles negros, mulatos, índios e mouros lutaram desde cedo contra a escravidão, antes mesmo de serem trazidos para o Brasil, a partir do século XVI. Escravizavam primeiro os homens mais fortes, depois os mais fracos, em seguida as mulheres e crianças. Os maus tratos eram os maiores possíveis. Os escravos negros viveram, em geral, no início do tráfico no meio das plantações de cana-de-açúcar. Seus destinos eram impostos pela cor de suas peles, sendo os negros os mais maltratados.  Os filhos dos africanos na África eram livres, já os que nasciam no Brasil eram futuros escravos.
Levando em consideração os saberes africanos, como por exemplo, as supertições, a fé e a religião, os tradicionalistas desempenhavam suas atividades econômicas como uma forma de sobrevivência de acordo com o meio ambiente que viviam, extraindo de suas necessidades materiais espirituais e de toda uma tradição anterior.
Para os povos letras tudo que se sabe deriva dos conhecimentos transmitidos de geração em geração pelos tradicionalistas que arquivavam várias memórias vividas. Como eram considerados mestres individuais de um ramo tradicional específico, o tradicionalista geralmente era dotado de uma memória prodigiosa, onde seu papel era trazer fatos passados para o presente em forma de ensinamento transmitido pela tradição.
Afirma que a miscigenação entre etnias no Brasil o torna um país sem racismo é, contudo, reforçar a ideia de uma falsa “denuncia social” que impede sua maior organização da população negra na luta por igualdade e respeito.
Como o objetivo de “eliminar qualquer fonte de descriminação”, o governo cria através de uma política reparadora “oportunidades” para um possível aumento na inclusão do negro na sociedade, promovendo, por exemplo, a inserção de pessoas negras nas universidades através de cotas. Assim, “democraticamente” o negro tem registrado o direito de uma admissão educacional e trabalhista que lhe permite estar inserido na sociedade.
Contudo, há que se perguntar, onde está a democracia de um país que negou por séculos o acesso dos negros a uma educação de qualidade? O número de negros em sala de aula ou que tenha concluído o ensino superior revela como o homem negro ainda se encontra em situações de desigualdade.
O racismo é um determinante de classes sociais e consequentemente de desigualdades. O povo negro é vítima não somente do desprezo à sua cor, mas também por pertencer a uma classe desfavorecida na qual a fome e a pobreza extrema é imposta através da exclusão.
É evidente o preconceito de uma sociedade que ostenta um “Brasil sem recismo”, mas destina a seus cidadãos e cidadãs negros (as) os piores empregos, os piores salários e as piores condições de vida. O que se vê é um verdadeiro descaso à uma população que ainda que demograficamente represente maioria da população brasileira, ocupa um espaço de minoria na sociedade.
O negro carrega em si marcas de um período escravocrata que o acompanha por toda vida. O papel da mulher negra na sociedade ainda está calcado em um passado de servidão, ainda hoje os trabalhos desempenhados por elas são, na maioria das vezes, atividades como cozinheiras, babás, domésticas, entre outros. No entanto, é possível perceber a vasta contribuição dessas mulheres para a cultura brasileira. As escravas que assumiam funções que permitiam um contato maior com os seus senhores, dia após dia, desenvolviam nesse ambiente através da oralidade, as suas crenças, costumes, gastronomia e saberes que, até hoje, permanecem vivos e compõem uma cultura que constitui a identidade do povo brasileiro.                                                                                  


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