Continente
Africano e Brasil
Dagiza Marques
Luciana Oliveira
Ludemberg Dantas
Sabemos o quanto que a
existência do continente africano foi e é fundamental para a vida em
desenvolvimento do homem brasileiro. A partir daí, surge à necessidade e
importância de estudar o continente africano, levando em consideração suas
afirmativas e fontes diversificadas. O continente é extenso, com milhões de
anos em formação, na distribuição de povos, línguas e culturas. O desconhecimento,
a falta de informação, cria a ideia de uma “só África”, onde se vê que essa
África é fruto de um desenvolvimento considerado para a implantação de uma
história mundial. Assim, com uma diversidade de povos, nascem probabilidades de
conflitos, situações, tendo a África como o berço da humanidade, sendo então,
de fundamental importância o seu estudo para assim desmistificar visões estereotipadas
acerca de sua existência.
O Oceano Atlântico é ao
mesmo tempo, o oceano que separa o continente africano do Brasil porque divide
em escala de localização a África das Américas e se aproximam porque se unem
nos interesses comerciais. Essa aproximação se deu devido à comercialização dos
povos negros, índios, portugueses, que no período colonial, tinham uma economia
voltada para a exploração do trabalho escravo. Um mar que durante séculos foi
espaço de transporte e comércio, onde o homem era comercializado, favorecendo
os interesses coloniais.
Geralmente, é criado um
olhar preconceituoso da “imagem” da África, onde muito se vê na mídia cenas de
fome, pobreza, escravidão, torturas, guerras, miséria. Essas informações geralmente se dão a partir
do olhar do outro, sendo que na maioria das vezes as informações são
contraditórias. Numa perspectiva de mudanças significativas para a história do
povo brasileiro e para registro mundial, tem-se que a primeira aparição do home
sapiens se deu na África, como também muitos dos conhecimentos científicos
foram dominados pelos africanos, só que não foram escritos. O Deserto do Saara,
localizado na África é hoje o maior do mundo, com as terras mais férteis.
Os africanos escravos,
sendo eles negros, mulatos, índios e mouros lutaram desde cedo contra a
escravidão, antes mesmo de serem trazidos para o Brasil, a partir do século XVI.
Escravizavam primeiro os homens mais fortes, depois os mais fracos, em seguida
as mulheres e crianças. Os maus tratos eram os maiores possíveis. Os escravos
negros viveram, em geral, no início do tráfico no meio das plantações de
cana-de-açúcar. Seus destinos eram impostos pela cor de suas peles, sendo os
negros os mais maltratados. Os filhos
dos africanos na África eram livres, já os que nasciam no Brasil eram futuros
escravos.
Levando em consideração
os saberes africanos, como por exemplo, as supertições, a fé e a religião, os
tradicionalistas desempenhavam suas atividades econômicas como uma forma de
sobrevivência de acordo com o meio ambiente que viviam, extraindo de suas
necessidades materiais espirituais e de toda uma tradição anterior.
Para os povos letras
tudo que se sabe deriva dos conhecimentos transmitidos de geração em geração
pelos tradicionalistas que arquivavam várias memórias vividas. Como eram considerados
mestres individuais de um ramo tradicional específico, o tradicionalista
geralmente era dotado de uma memória prodigiosa, onde seu papel era trazer
fatos passados para o presente em forma de ensinamento transmitido pela
tradição.
Afirma que a miscigenação
entre etnias no Brasil o torna um país sem racismo é, contudo, reforçar a ideia
de uma falsa “denuncia social” que impede sua maior organização da população negra
na luta por igualdade e respeito.
Como o objetivo de “eliminar
qualquer fonte de descriminação”, o governo cria através de uma política reparadora
“oportunidades” para um possível aumento na inclusão do negro na sociedade,
promovendo, por exemplo, a inserção de pessoas negras nas universidades através
de cotas. Assim, “democraticamente” o negro tem registrado o direito de uma
admissão educacional e trabalhista que lhe permite estar inserido na sociedade.
Contudo, há que se
perguntar, onde está a democracia de um país que negou por séculos o acesso dos
negros a uma educação de qualidade? O número de negros em sala de aula ou que
tenha concluído o ensino superior revela como o homem negro ainda se encontra
em situações de desigualdade.
O racismo é um
determinante de classes sociais e consequentemente de desigualdades. O povo
negro é vítima não somente do desprezo à sua cor, mas também por pertencer a uma
classe desfavorecida na qual a fome e a pobreza extrema é imposta através da
exclusão.
É evidente o
preconceito de uma sociedade que ostenta um “Brasil sem recismo”, mas destina a
seus cidadãos e cidadãs negros (as) os piores empregos, os piores salários e as
piores condições de vida. O que se vê é um verdadeiro descaso à uma população que
ainda que demograficamente represente maioria da população brasileira, ocupa um
espaço de minoria na sociedade.
O negro carrega em si
marcas de um período escravocrata que o acompanha por toda vida. O papel da
mulher negra na sociedade ainda está calcado em um passado de servidão, ainda
hoje os trabalhos desempenhados por elas são, na maioria das vezes, atividades
como cozinheiras, babás, domésticas, entre outros. No entanto, é possível
perceber a vasta contribuição dessas mulheres para a cultura brasileira. As escravas
que assumiam funções que permitiam um contato maior com os seus senhores, dia após
dia, desenvolviam nesse ambiente através da oralidade, as suas crenças,
costumes, gastronomia e saberes que, até hoje, permanecem vivos e compõem uma cultura
que constitui a identidade do povo brasileiro.
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