O PENSAMENTO
CONCRETO:
As Funções;
Características do pensamento pré-operatório;
As operações concretas.
RESUMO:
Ludemberg Pereira Dantas
A identidade
dos objetos e a dependência funcional como função do pensamento concreto no
comportamento da criança, significa que ela compreende que alguns
acontecimentos estão associados a outros e uma modificação no primeiro provoca
uma modificação no segundo, ou seja, que as modificações que ocorrem em um são
função das modificações no outro. Entretanto, estas relações funcionais são
também de caráter quantitativo e não qualitativo.
Costuma-se
denominar o pensamento pré-operatório também de pensamento “intuitivo” porque a
criança afirma sem provas e não é capaz de dar demonstrações ou justificativas
para as suas crenças. Na verdade, não é que não seja capaz de dar provas, mas
nem tenta fazê-lo porque não sente a sua necessidade. Se a própria crença ou
afirmação é evidente e adotar o ponto de vista do outro é algo difícil, não é
necessário procurar uma prova ou uma justificativa daquilo que se diz, pois
deve ser tão evidente para os demais como para si mesmo.
A criança tem
dificuldades para se colocar a perspectiva do outro e vê tudo conforme o seu
ponto de vista. Isso é o que se denomina egocentrismo e se constitui numa
tendência muito importante no desenvolvimento da criança. A linguagem, embora
tendo uma função basicamente comunicativa, possui um aspecto egocêntrico em
crianças pequenas, e Piaget observou que grande parte da linguagem das crianças
não se destina à comunicação, mas é um apoio para a própria ação. Duas crianças
estão desenhando juntas na mesa e cada uma delas comenta o desenho que está
fazendo e faz, inclusive, perguntas sobre o se desenho, embora não espere
receber respostas alguma. Vygotsky sustentou que esta linguagem egocêntrica
transforma-se na linguagem interior dos adultos.
O
desenvolvimento perceptivo é grande desde muito cedo, desde as primeiras etapas
do período sensório-motor, e as suas percepções, imitação e ações se prolongam em representações. Mas
no momento em que a situação fica mais complexa, a criança começa a ter
problemas. Principalmente quando o que se tenta entender são transformações e
não situações estáticas, quando a criança está assistindo a um processo e
existem aparente contradições dentro desse processo.
As limitações
no pensamento da criança permitem, contudo, que ela resolva muitos problemas e
explique muitas situações, mas não todas. Quando se trata de movimentos e
transformações, somente os compreende na medida em que não existem
contradições, em que os dados da percepção contribuam para a compreensão do
problema.
Com a idade,
vai aumentando a capacidade para o controle da informação. Quando a criança aprende a distinguir a noção
de direita e esquerda, pensa que a esquerda e a direita da pessoa que tem na
frente são as que estão diante da sua esquerda e da sua direita e não se dá
conta de que diante da sua esquerda está a direita da outra pessoa.
Quando
perguntamos a uma criança com conseguiu alcançar um resultado, o mais provável
é que nos dê uma resposta descabida, da mesma forma que, se lhe perguntarmos
como sabe uma coisa, não será capaz de dizer-nos onde e como aprendeu. Para as
crianças, é muito difícil reconhecer que não sabem alguma coisa e, por isso,
costuma sempre dar respostas, mesmo que tenha que inventá-las. Inclusive se não
souberem responder, é mais provável que digam “não lembro” e não “não sei”.
Entre os 7
anos de idade em diante, existe uma série de mudanças no comportamento da
criança. Começa a organizar dentro de um sistema aspectos que até então
permaneciam muito desconexos, fazendo com isso que desapareçam muitas das
características que descrevemos na etapa pré-operatória, pro exemplo, a
insensibilidade à contradição.
O
desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico.
Quando a criança tem novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas
novas) ela tenta adaptar esses novos estímulos às estruturas cognitivas que já
possui.
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